Provavelmente, já em abril serão assentados os primeiros trilhos do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que circulará no Centro do Rio a partir do primeiro semestre do ano que vem. A obra está adiantada em certos trechos, com o chamado concreto magro aplicado sobre as vias pelas quais o bonde moderno passará. Mas em outros trechos, como na Avenida Rio Branco, continua ainda na fase do deslocamento de redes de telefonia e do gasoduto que atende à Zona Sul da cidade.
Mas o presidente da concessionária do VLT, Carlos Baldi, diz que as fases seguintes caminharão muito rápido. O assentamento dos trilhos, por exemplo, poderá ser feito a um ritmo de 30 metros por dia, por meio de uma máquina. No início do ano que vem, os cinco primeiros trens, fabricados na França, circularão experimentalmente a uma velocidade baixa para que se possa testar a sinalização e o sofisticado sistema de controle. O VLT corre sobre trilhos energizados à medida que passa exatamente sobre eles. O trem terá prioridade na passagem pelos cruzamentos e sinais de trânsito. Cerca de 300 mil passageiros devem utilizar o VLT por dia. Os trens circularão por 24 horas, ligando o Aeroporto Santos Dumont à rodoviária, com estações na Praça XV e na Central do Brasil, e diversas paradas (pelo menos cinco na Avenida Rio Branco) no percurso.
Não haverá cobrança manual dentro dos vagões, mas sim validadores automáticos de passagens previamente adquiridas. Quem não validar ou estiver querendo andar de graça estará sujeito a uma multa salgada pela fiscalização, que deverá ser ultrarrigorosa nas primeiras semanas para desencorajar os espertalhões. Em compensação, na fase experimental, todo mundo poderá andar no VLT sem pagar. O investimento é da ordem de R$ 1,5 bilhão. A concessionária tem quatro sócios principais em partes iguais (CCR, Odebrecht Transport, Invepar e Riopar — este formado por empresas de ônibus) e dois minoritários (a argentina BRt e a francesa RATP). Na obra civil, o VLT gera 650 empregos diretos. Quando estiver em funcionamento, empregará outras 650 pessoas.
Fonte: O Globo, 17/03/2015