Opinião: Mobilidade segura e desenvolvimento

Como colocar trens de quase 50 metros de comprimento e dezenas de toneladas para circular com pedestres e veículos sem impactá-los? Essa era uma das perguntas que fazíamos quando cheguei ao VLT Carioca há pouco mais de sete anos, como gerente de Operações. Com mais de dez anos no setor metroferroviário até então, sabia que aquele momento era diferente.

Hoje, com o VLT circulando desde 2016, dá para dizer que a questão foi respondida. Integrado à cidade, o sistema convive em harmonia com a rotina de um agitado Centro do Rio e, ao contrário do que muitos imaginavam, tornou-se referência de operação sustentável, eficiente e segura em transportes urbanos.

Para isso, foram horas investidas não somente no estudo de Veículos Leves em outros países, mas, principalmente, na formação e capacitação dos profissionais. Condutores foram e até hoje são formados pelo VLT em vários meses de treinamento, que incluem aulas teóricas, simulador e prática em via. Além disso, têm um acompanhamento de performance que inclui auditorias presenciais, de comunicação via rádio e avaliação de caixa preta. E passam por teste de etilômetro diariamente antes de iniciar a jornada de trabalho, assim como todo o time de CCO e manutenção.

Assim, o VLT derrubou tabus. Manteve baixos índices de incidentes e, mesmo com um modelo de pagamento inédito, tem também baixa taxa de evasão. Desempenho compatível e até superior a cidades europeias onde operações similares existem há mais de uma década.

A construção da relação com a população incluiu ainda um extenso período de testes em que o público pôde entender melhor o sistema, inclusive com viagens gratuitas. Campanhas de segurança nas ruas e nas redes alertaram que o “novo bonde” estava chegando e era preciso ficar “De Olho No VLT”.

Dessa forma, queremos demonstrar a importância do investimento em transporte sustentável, para o Rio e para o país. Assim teremos cidades com melhores caminhos para as pessoas, com mobilidade, energia limpa e desenvolvimento social.

Texto: presidente do VLT Paulo Ferreira

Fonte: O Dia, 2022

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