Plano de ferrovias deve reduzir em 30% preço do frete

O governo federal espera uma queda de pelo menos 30% no preço médio do frete cobrado no país com o novo modelo de expansão de 10 mil quilômetros da malha ferroviária. Essa redução diminuirá o custo Brasil e reforçará o potencial das exportações brasileiras, segundo José Eduardo Castello Branco, presidente da Valec, estatal que vai gerir essas linhas. Em alguns trajetos, a maior extensão dos trilos também estimularia a pressão por menores custos no transporte rodoviário, graças à concorrência.

Segundo ele, um exportador de soja de Mato Grosso hoje paga cerca de US$ 100 para transportar uma tonelada do produto até o porto de Santos. Na visão do governo, esses valores são muito altos e devem cair com a quebra do monopólio no uso das ferrovias.

A expansão das ferrovias ainda reduziria o valor geral dos transportes nacionais à medida que pode “roubar” carga das rodovias. Segundo Castello Branco, principalmente em linhas onde a demanda atual não parece significativa, como Belo Horizonte/Salvador ou São Paulo/Mafra/Rio Grande, a Valec poderá fornecer via leasing vagões do estilo piggyback. Esses vagões recebem a carroceria de um caminhão e levam a carga via trem até outra localidade, onde a carroceria é conectada a outro caminhão, que a levará até o destino final. Esse modelo poderia aliviar parte da carga que circula pela rodovia Régis Bittencourt, por exemplo, no trajeto entre São Paulo e o Rio Grande do Sul.

Pelo projeto apresentado na quarta-feira pela presidente Dilma Roussef, o governo federal vai conceder por até 25 anos as ferrovias a uma empresa responsável por construí-las e mantê-las. Trata-se, na prática, de uma Parceria-Público-Privada (PPP). O governo, via Valec, vai comprar a totalidade da capacidade da ferrovia,  para, posteriormente, repassar ao mercado de transporte. Mesmo que não haja demanda, o Tesouro Nacional concordou em pagar pela capacidade comprada pela Valec que não for usada:

– no primeiro momento, não haverá um universo de operadoras suficiente para remunerar os mantenedores, por isso há necessidade desse subsídio, que à frente poderá ser devolvido.

Fonte, O Globo, 17/08/12

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