A energética franco-belga Engie (ex -GDF-Suez) pretende fechar nas próximas semanas contrato para fornecimento de energia para a empresa responsável pelo sistema do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), inaugurado no último domingo e que circulará no centro do Rio. De acordo com o presidente da Engie no Brasil, Maurício Bähr, a ideia é iniciar o suprimento em novembro.
“Já fazemos os sistemas que controlam o VLT na França. Aqui no Rio não participamos dessa concepção. Mas estamos negociando com a empresa do VLT o fornecimento de energia renovável, para que seja realmente uma transformação, não só de mobilidade urbana, mas com sustentabilidade. A ideia é finalizar a negociação que está em curso, e que possamos começar a fornecer energia para eles a partir de novembro”, disse Bähr, na cerimônia do prêmio “Engie Brasil de Inovação 2016”, no Rio.
A ideia da companhia é fechar um contrato de médio prazo, provavelmente inferior a cinco anos. O contrato deve ser firmado no mercado livre de energia e ficará a cargo da Tractebel Energia, empresa da qual a Engie é acionista majoritária. Os volumes e valores em negociações não foram revelados.
Bähr também contou que a Engie não tem interesse específico na aquisição dos terminais de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) da Petrobras, que possui programa de desinvestimentos de US$ 14,4 bilhões este ano. “Não tem nenhuma negociação em curso [com a Petrobras]. Temos interesse em olhar ativos globais, mas não temos nenhum interesse específico nos terminais da Petrobras”.
“O que existe hoje é um desejo de melhor conhecer a legislação de gás no Brasil, ter um ambiente regulatório mais propício para investimento privado. Hoje, há um domínio muito forte da Petrobras, que faz com que seja muito difícil que outros agentes privados se insiram nessa cadeia”, afirmou Bähr.
O grupo franco-belga está passando por um processo de reestruturação estratégica, voltando-se principalmente para as áreas de fontes renováveis de energia e geração distribuída. Nessa linha, o presidente da Engie Brasil afirmou que a companhia colocou à venda seus blocos de exploração e produção petrolífera no Brasil.
“A área de exploração e produção [da Engie] no mundo inteiro está sendo colocada à venda. A Engie decidiu sair gradativamente. Isso vai fazer parte dos ativos que estão à venda do grupo. Eles vão ser vendidos de maneira global. Provavelmente os ativos do Brasil vão junto [na venda]”, disse Bähr.
Fonte: Valor Econômico, 07/06/2016
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