Bondes de Santa Teresa – entrega de estudos para concessão

O prazo dado pelo governo estadual do Rio de Janeiro para que consultoras apresentem estudos técnicos e de viabilidade financeira para a concessão dos Bondes de Santa Teresa vai até o dia 31/03. O edital de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), aberto no dia 1º de março, estipulou 30 dias para a entrega dos estudos.

Segundo o secretário de Planejamento e Gestão do RJ, José Luís Cardoso Zamith, os projetos deverão prever a aquisição de bondes e a expansão da via entre as estações Largo dos Guimarães e Largo das Neves (Terminal Paula Mattos), de 2,8 km; e Dois Irmãos e Silvestre (Corcovado), de 3,3 km. Hoje, o sistema conta com 5,5 km entre as estações Carioca e Silvestre. A frota atual em operação é de quatro bondes (no total são oito).

O bonde de Santa Teresa foi duramente afetado pela pandemia. No ano passado, paralisou a operação por três meses (de abril a junho). O sistema que costumava transportar de 1,5 mil a 2 mil pessoas por dia, passou a movimentar desde julho de 2020 uma média de 273 passageiros/dia.

“O estudo, pelo PMI, que vai nos mostrar o tamanho do investimento. Hoje, o que temos, basicamente, é a necessidade de manutenção e reinvestimento no bonde. O que nos interessa é colocar a operação de pé. Com o estudo, serão detalhados também a operação financeira do bonde, o valor de outorga, demanda de investimento privado, payback do projeto, margem de lucro etc.”, afirma Zamith.

O secretário diz que somente os estudos poderão dizer qual modelo valeria a pena implementar: concessão tradicional (transferir a operação para o setor privado, sem participação e/ou investimento do governo) ou Parceria Público-Privada (o que envolveria recursos públicos). Mas, de acordo com o secretário, a preferência será para o projeto que não apresente oneração do Tesouro do estado com contrapartidas.

O estudo também deve contemplar a revisão da tarifa do bonde, hoje fixada em R$ 20 para turistas e gratuita para moradores do bairro de Santa Teresa. “O que não podemos perder de vista é que o empresário é parceiro, não inimigo. Ele não tem obrigação nenhuma de entrar em um projeto no qual ele não tenha lucro. Teremos que fazer uma boa análise sobre o valor a ser cobrado, o lucro e a capacidade de entregar um serviço em que o intervalo entre os bondes atenda à população e ao turismo”.

Fonte: Revista Ferroviária, 15/03/2021

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