Estação Ferroviária é reconhecida como Patrimônio Cultural

Diário do Rio – A Estação Ferroviária de Três Rios, no interior do estado do Rio de Janeiro, foi oficialmente incluída na Lista do Patrimônio Cultural Ferroviário, conforme publicação no Diário Oficial da União do dia 17 de abril. O reconhecimento foi concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com base na Lei nº 11.483/2007 e na Portaria Iphan nº 17/2022, que regem a proteção de bens com valor histórico, artístico e cultural vinculados à antiga Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA).

Conhecida como Casa de Pedra, a estação é o último remanescente referencial da antiga malha ferroviária da cidade. Inaugurada em 1901, desempenhou papel estratégico ao integrar as linhas que conectavam o Rio de Janeiro ao interior fluminense e à Zona da Mata mineira. O trajeto partia da estação Barão de Mauá, na capital, passando por Duque de Caxias e pela serra de Petrópolis até alcançar Três Rios, onde os trens se dividiam entre os ramais de Manhuaçu e Caratinga.

Foto: extraída do Diário do Rio

 

Durante décadas, a Casa de Pedra foi considerada exemplo da arquitetura ferroviária brasileira. Com o tempo, acordos entre as companhias Central do Brasil e Leopoldina Railway redirecionaram os trens de passageiros para outra estação da cidade, e o prédio passou a abrigar operações de carga e oficinas de manutenção de vagões.

Além do valor arquitetônico, a estação tem forte relevância simbólica para a cultura ferroviária local. Já tombada pelo município, tornou-se sede de atividades educativas e culturais, resultado de uma parceria entre a extinta RFFSA e a Prefeitura de Três Rios.

Segundo o Iphan, a inclusão da Casa de Pedra na lista nacional reforça seu valor como bem não operacional, integrado a um conjunto de 644 bens já catalogados no país. O reconhecimento destaca não apenas a estrutura física, mas sua inserção no sistema ferroviário nacional e sua representatividade histórica.

Com a extinção da RFFSA, o acervo ferroviário passou à responsabilidade do Iphan, que administra mais de 52 mil imóveis e 15 mil bens móveis, incluindo estações, locomotivas e documentos históricos. Os bens não operacionais são transferidos à autarquia após avaliação técnica, enquanto os ativos permanecem sob gestão do DNIT, com apoio do Instituto.

Fonte: Diário do Rio, 29/04/2025

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