Expresso das Letras

Acadêmicos da Academia Ferroviária de Letras – AFL relembram o passado ferroviário, fazem homenagens e participam de palestras realizadas no auditório da Aenfer em maio e  de junho.

A Academia Ferroviária de Letras (AFL) realizou no dia 9 de maio o painel sobre o tema: Memória de Ferroviários. Para discorrer sobre o assunto, três palestrantes, os engenheiros Aury Sampaio,  Waldo Sette além de Ubyrajára de Souza, apresentaram um rico trabalho em que recordaram fatos importantes do cenário ferroviário.

O palestrante Aury Sampaio lembrou que inicialmente a RFFSA tinha uma extensão de 29 mil quilômetros aproximadamente e que hoje esse número encolheu consideravelmente, segundo seus cálculos cerca de dez mil quilômetros. Em sua opinião, a figura do usuário foi completamente deixada de lado.

Aury Sampaio disse que a indústria ferroviária sempre foi prejudicada. Sobre o Trem de Alta Velocidade ele falou que é favorável e acha que o Brasil tem condições de liderar esse campo tecnológico e uma indústria montadora que pode atender essa possibilidade. Aury citou o exemplo do Japão, que em 1964 inaugurou o Trem de Alta Velocidade – TAV, no período de destruição pelos resquícios da Segunda Guerra Mundial.

A seguir, o acadêmico Ubyrajára de Souza relatou fatos que marcaram sua história como ferroviário e citou nomes e passagens importantes como a criação da RFFSA e sua primeira Diretoria. Ele destacou a Estrada de Ferro Leopoldina na época em que lançou o seu primeiro concurso interno dando oportunidade a muitos ferroviários, a criação da CBTU e sua administração em todo o sistema suburbano.

Com 43 anos de trabalho na RFFSA, o engenheiro Waldo Sette lembrou que o sistema ferroviário nasceu na Europa, impulsionado pela Revolução Industrial e no Brasil se iniciou em 1854 e que por muito tempo foi importante para o desenvolvimento econômico.

A RFFSA foi criada pelo governo, atravessou crises, suplantou suas dificuldades, e apesar de sua dissolução colaborou por muitos anos para o desenvolvimento do Brasil, disse.

Ao final das apresentações, foram diplomados como novos acadêmicos da AFL, o engenheiro Ronaldo Ferreira e a escritora mineira Amélia Luz que recitou o poema “Memória – Torreões de Além Paraíba”.

No dia 13 de junho, em continuidade ao evento Expresso das Letras, o diretor da AFL Victor José Ferreira fez a abertura agradecendo a participação daqueles que compareceram mais uma vez e pediu para que o conselheiro da Aenfer, Genésio Pereira lesse sua última crônica com o tema “Não sei”. O presidente da AFL Sávio Neves também estava presente e distribuiu adesivos da campanha “Eu quero a volta do Trem”. A seguir o historiador e presidente da Academia Petropolitana de Letras, Joaquim Eloy dos Santos foi convidado a apresentar uma exposição sobre D. Pedro II, o Imperador Ferroviarista. Em sua apresentação o historiador relembrou fatos importantes e pitorescos do império e mostrou fotos da época, como a da estação do Alto da Serra, inaugurada em 1883, que unia a cidade de Petrópolis ao Centro do Rio de Janeiro. Disse que o trem era a atração maior da rua Teresa, que tem esse nome em homenagem a esposa de D. Pedro II, Teresa Cristina.

Ao final de sua apresentação, Joaquim Eloy recitou um poema feito por ele intitulado Saudosa Maria.

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