Macaense está um passo mais próximo dos trilhos

A realidade de quem precisa do transporte público em Macaé tem 3 anos para mudar para melhor, a julgar pela previsão de término da construção do esperado Veículo Leve sobre Trilhos.

Antes do feriado, a novidade foi a liberação de R$ 47 milhões pelo Ministério das Cidades para a construção, que deve ligar Imboassica e Lagomar com estações espalhadas pela cidade.

Resgatar a linha férrea que por tantos anos cortou a cidade com vagões de carga para hoje beneficiar aos pedestres macaenses é uma boa iniciativa que por alguns anos foi demanda da população. Com a ajuda de custo recebida agora, fica mais próxima a conclusão da primeira parte do projeto, que deve terminar já no ano que vem.

É um passo que Macaé dará à frente de cidades fluminenses ainda maiores, que ainda não possuem veículos sobre trilhos.

Além de facilitar o transporte, diminui o risco de acidentes, já que não depende da imprudência de alguns motoristas de ônibus; facilita a estipulação de horários de saída, já que não depende de engarrafamentos ou retenções do tráfego; diversifica as possibilidades de locomoção na cidade, dando opção para o pedestre e desafogando os ônibus; além de serem ecologicamente mais corretos.

Enquanto o transporte rodoviário na cidade dá um exemplo de falta de engenharia de trânsito, com cruzamentos mal pensados, constantes acidentes, estradas que mudam de mão periodicamente e caminhões que passam por dentro de bairros residenciais, as esperanças se seguram na chegada do VLT. Quem for curioso já pode seguir a antiga “linha do trem” para ver a estação protótipo. Uma outra boa notícia é a iniciativa que integrar a malha rodoviária com o VLT.

Levando em conta o exemplo que o Rio de Janeiro já tem com metrô, trem, ônibus e barcas, a integração é uma maneira inteligente de se locomover pela cidade. Melhorias de cidades evoluídas são sempre bem-vindas e Macaé agradece. Agradece muito mais se for cuidado com carinho, sem virar apenas fogo de palha eleitoral, nem ser esquecido daqui a alguns anos.

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Por outro lado, quem não pode dizer o mesmo é a segurança do município, pelo menos em algumas comunidades que já começam a ficar negativamente famosas no resto do estado. Nova Holanda é a principal comunidade que parece ter absorvido os maus exemplos da capital.

É onde se instalou o tráfico de drogas e onde acontecem os principais confrontos entre policiais e traficantes, colocando em risco todo o resto da população da comunidade. Pensando nisso, será implantada um posto da Polícia Militar na comunidade, talvez tomando outro exemplo do Governo: as UPPs.

Resta saber como será feita a instalação deste posto e se (e para onde) fugirão os traficantes que hoje ocupam a área. Vale lembrar que o crescimento das incidências da Nova Holanda nas páginas policiais coincidiu com o aparente sucesso das Unidades Pacificadoras no Rio de Janeiro.

Nada que macaense de longa data já não soubesse: cidades periféricas viram novas casas para bandidos fugidos da capital. Aconteceu em 1992 com Niterói e acontece hoje em dia com as cidades do Norte Fluminense. Cabe à cidade evitar que esse tipo de violência tenha lugar antes que ela se prolifere.

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Os estados produtores de petróleo ainda estão na luta para garantir uma perda ao menos menor que o prevista nos montantes de royalties recebidos. Como a compensação financeira pelos danos provocados pela extração estavam prestes a serem divididos “irmãmente” por todos os estados da União, o sudeste resolveu se unir mais uma vez para apresentar uma nova proposta.

Com as recentes descobertas no pré-sal da Bacia de Campos, além de outros locais na região sudeste, o debate não pode ser esquecido.

Fonte:O Debate, 04/07/2011

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