Linha 4: Clube de Engenharia pede ao governo mudança no traçado
Enquanto as obras da Linha 4 do Metrô avançam na Barra e em São Conrado, a polêmica em torno do projeto ganha novas adesões. O Clube de Engenharia debateu o traçado apresentado pelo estado durante os últimos meses e elaborou uma carta, enviada ao governador Sérgio Cabral, em que sugere prolongamentos para as linhas para formar uma rede metroviária na cidade. Em outra frente, a vereadora Andrea Gouvêa Vieira (PSDB), que faz parte do movimento “O metrô que o Rio precisa”, recolheu assinaturas de 12 parlamentares, entre vereadores e deputados, num documento que reivindica mudanças no projeto.
Andrea critica a falta de transparência dos planos do estado, que até o momento não apresentou os estudos de impacto e viabilidade econômica. O resultado dos estudos levou o governo estadual a modificar o desenho original, que passaria por bairros como Jardim Botânico, Humaitá e Laranjeiras. O projeto atual da Linha 4 cruza o Leblon e Ipanema. Em sua carta, o Clube de Engenharia também pede o acesso à pesquisa do traçado da linha e a todas as informações relativas à futura expansão da rede.
Miguel Bahury, ex-presidente do Metrô e atual conselheiro do Clube de Engenharia, diz que precisaria ter acesso aos estudos para entender o cálculo que levou o governo a optar pelo atual projeto.
Segundo a Secretaria de Transporte, o novo traçado da Linha 4 do metrô atenderá a 240 mil pessoas diariamente, o dobro do estimado para o percurso anterior. O órgão afirma através de nota, que os estudos coordenados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) serão apresentados à sociedade, no site do órgão, mas não define um prazo ou uma previsão para isso.
Tanto o Clube de Engenharia quanto o movimento “O metrô que o Rio precisa” defendem a criação de uma malha metroviária. Os grupos argumentam que a construção da Linha 4 como extensão da Linha 1 – como o governo vem implantando – resultaria em vagões ainda mais lotados, já que somaria à atual demanda passageiros da Barra e de São Conrado. Segundo eles, uma divisão na estação da Gávea, com traçados se dirigindo para o Jardim Botânico e para o Leblon, solucionaria o problema.
– Não somos contra o projeto do governo, mas não se pode ignorar o projeto original, porque a malha atual não suporta mais passageiros. Acredito ser viável construir a Linha 4 e prolongar a Linha 1 até as Olimpíadas, como a nossa proposta na carta – disse Bahury.
O presidente da Associação de Moradores do Jardim Botânico, Alfredo Piragibe, concorda com a proposta do Clube de Engenharia. Ele também integra o movimento “O metrô que o Rio precisa”.
– Especialistas no assunto balizam o que já estamos falando há muito tempo – disse Piragibe.
Fonte: O Globo, 13/09/2011