Símbolos da modernidade industrial e marcos fundadores de dezenas de cidades, as estações ferroviárias estão ganhando o reconhecimento e a proteção do patrimônio histórico estadual. Já são 66 protegidas em diversas ferrovias e cidades do Estado de São Paulo.
Entre elas, 24 já foram tombadas, como a da antiga São Paulo Railway em Jundiaí. Outras 44 estão provisoriamente a salvo de modificações enquanto seu valor arquitetônico, histórico e cultural é avaliado.
Na semana passada, o Condephaat, órgão estadual do patrimônio histórico, protegeu com abertura de estudo de tombamento 12 complexos ferroviários.
Entre eles está o de Taubaté, inaugurado em 1876, no auge do ciclo do café. Fazia parte do tronco principal da antiga estrada de ferro Central do Brasil, então única ligação entre Rio e São Paulo.
A ferrovia ainda serve ao transporte de carga. Mas, como o transporte de passageiros foi desativado, a estação ficou sem manutenção. Hoje, apresenta problemas estruturais e de conservação.
A Prefeitura de Taubaté afirma que tenta, desde a década de 1980, transferir a propriedade da estação para o município, ainda quando ela pertencia à RFFSA (antiga Rede Ferroviária Federal).
O patrimônio hoje pertence ao governo federal. A cidade tem um projeto para restaurar o local e criar ali um centro cultural em 2012.
CRITÉRIOS
Há cerca de mil estações ferroviárias no Estado. Segundo o arquiteto José Antonio Zagato, da UPPH (órgão técnico do patrimônio histórico), há diversos critérios para avaliar se uma estação deve ser protegida, entre eles, a relevância para o desenvolvimento da região, suas características arquitetônicas, o estado de conservação dos edifícios, entre outros itens.
Os tombamentos nem sempre se limitam às estações. Em Vinhedo, por exemplo, foram protegidas, em agosto, além da estação, uma cabine de controle e a vila ferroviária com cinco casas.
O tombamento, no entanto, não garante a preservação. Mas, para o secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, “quando uma estação é tombada, ela passa a chamar a atenção, e as prefeituras ficam interessadas em restaurar e transformar as áreas, por exemplo, em centros culturais”.
Fonte: Folha de São Paulo, 16/10/2011