As perspectivas são boas para o mercado de trabalho no setor ferroviário. A Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) prevê a contratação de cerca de 400 engenheiros ferroviários até 2015. O problema é a falta de profissionais habilitados para exercer a função.
Um dos motivos para que o número de candidatos a estas vagas seja baixo é a falta de um treinamento específico para engenharia ferroviária. A ideia é criar o primeiro curso de graduação já no próximo ano. Para isto, a ANTF busca universidades interessadas na parceria.
De acordo com a Associação, as concessionárias ferroviárias geraram um crescimento de 148,8% em empregos diretos e indiretos, nos últimos 14 anos, sem contar a geração de empregos na indústria ferroviária nacional. Já com relação à expansão da malha férrea, já foram contabilizadas mais de 11.350 contratações.
De acordo com o presidente-executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça, as ferrovias têm investido em ações voltadas para a formação, qualificação e aperfeiçoamento de pessoal. Uma prova disto é o resgate de cursos e treinamentos, através de parcerias com instituições públicas e privadas. As medidas resultam no ressurgimento de carreiras como de técnicos e engenheiros ferroviários, além do desenvolvimento de profissionais nas outras áreas da cadeia de logística.
“Nessa linha, a ANTF e as suas associadas pretendem continuar a promover parcerias com instituições de ensino, transferindo tecnologia para formar instrutores, inclusão de matérias relacionadas à ferrovia nos currículos escolares”, destaca.
Treinamento
Para driblar a falta de capacitação no setor, a América Latina Logística (ALL) iniciou, em 2009, um programa de formação de engenheiros. Quatro turmas já foram formadas, principalmente nas áreas de mecânica e civil.
Neste ano, 27 novos engenheiros participaram da qualificação. A média anual de contratação chega a 30 profissionais. Em função do programa de qualificação, a empresa garante que não tem problemas para contratar especialistas.
A companhia também investe na formação dos funcionários para minimizar as deficiências dentro da própria companhia. De acordo com a gerente de Gente da ALL, Melissa Loqueta, a grande carência é a contratação de maquinistas para operar os trens da empresa. Por não encontrar profissionais capacitados no mercado, os novos funcionários da companhia passam por treinamentos que duram cerca de seis meses.
“É uma verdadeira imersão de teoria, com instrutores internos especializados”, garante a gerente. Segundo ela, os profissionais aprendem disciplinas operacionais, de mecânica, elétrica e produtos perigosos, na unidade de Curitiba (PR).
Após este processo, são necessárias ainda mais 300 horas de direção com monitoramento de profissionais mais experientes. Além da colaboração de funcionários especializados, o treinamento conta com 95% de desenvolvimento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Fonte: A Tribuna – Baixada Santista, 17/07/2012
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