As vantagens que a expansão do setor metroferroviário brasileiro oferece estiveram em foco durante a realização do seminário Brazil on Rails, nesta quinta-feira (20/09), na Innotrans2012 – Feira Internacional de Tecnologia em Transportes – em Berlim.
O Programa de Investimentos em Logística do governo brasileiro foi abordado em quatro palestras sobre os planos de expansão da malha metroferroviária nacional, as possibilidades de financiamento e investimento, além dos ganhos para a economia nacional.
O Secretário de Política Nacional dos Transportes, Marcelo Perrupato, falou sobre os benefícios que a duplicação de 7,5 mil quilômetros de rodovias e a construção de 10 mil quilômetros de ferrovias federais devem gerar para o Brasil. ‘Os custos de transporte das mercadorias brasileiras, como grãos e minério, devem cair em até 30%. Isso significa ganho de competitividade para o produtor brasileiro no mercado internacional’ garantiu.
Além disso, a velocidade de transporte das mercadorias também irá aumentar. “Estamos fazendo novas linhas – em bitola larga, de 1,60 m – que suportam vagões mais pesados e que não estarão obstruídas pelas travessias das cidades para melhorar o tempo de trânsito das mercadorias. Em vez de circular a 20 km/h passaremos a transitar a 60 km/h“, afirmou Marcelo Perrupato, para quem a expansão do setor irá permitir ao país galgar novas posições no cenário econômico mundial.
Iniciativa privada é alavanca para o setor
O presidente da MRS Logística e do conselho diretor da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Eduardo Parente, mostrou os números do transporte de cargas no país. Segundo Parente, o setor metroferroviário brasileiro cresce cerca de 9% ao ano em volume de cargas transportadas, desde 1996, graças aos investimentos privados. Só entre 2005 e 2011, 27,4 bilhões de reais foram injetados no setor. “Esses investimentos sólidos da iniciativa privada brasileira já criam um ambiente atraente para o capital internacional“, avaliou Parente.
Novas vias, novos investimentos
Leonardo Alonso, diretor de Logística do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), apresentou a linha de financiamentos disponibilizada pelo banco para o setor. O último a falar foi Júlio Lopes, secretário de Transportes do Estado do Rio de Janeiro, que mostrou os esforços que têm sido feitos para recuperar a infraestrutura metroferroviária do estado.
Evento supera as expectativas
Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (ABIFER), ficou satisfeito com o resultado do evento. “O público pôde entender melhor o mercado ferroviário brasileiro e as positivas perspectivas futuras, tanto por parte do governo como da iniciativa privada“, considerou.
Jorge Fernando do Monte Pinto, diretor-executivo da Sysfer, considerou estratégica a realização do seminário Brazil on Rails na Innotrans. Wolfgang Fraz Pelousek, diretor geral Região Américas da DB Internacional, avaliou a realização do seminário Brazil on Rails como um ótimo investimento. O seminário Brazil on Rails foi patrocinado pelas empresas DB International e Sysfer, promovido por ANTF, ABIFER, Simefre, ANPTrilhos e organizado pela CK Eventos.
Brasil fortemente representado na InnoTrans
A presença de 42 empresas brasileiras na Innotrans2012 é fortemente influenciada pela expectativa de expansão das ferrovias de cargas e do sistema metroviário no Brasil. De acordo com o embaixador do Brasil na Alemanha, Everton Vieira Vargas, “este ano, o momento é ainda mais propício para a consolidação de parcerias, pois os investimentos da ordem de 91 bilhões de reais anunciados pelo governo federal para a construção de ferrovias irão certamente despertar o interesse de empresas como a Deutsche Bahn, por exemplo“.
A expansão do setor no Brasil irá beneficiar também as empresas internacionais que optarem por investir no país. É o que garante Rodrigo Vilaça, presidente-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF). “É uma grande oportunidade para ingressar num mercado robusto e aumentar as vendas, num momento em que a economia internacional ainda mostra sinais de fraqueza”, disse.
Fonte: Revista Ferroviária, 21/09/2012