Rio-SP é um dos mais adequados no mundo para TAV

A densidade populacional das cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro faz do trecho um dos mais adequados para a construção de um trem de alta velocidade ligando os dois polos, segundo o presidente da ADTrem, Guilherme Quintella, em sua participação no 8º Encontro de Logística e Transportes, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

“Grandes trechos como Tóquio, com nove milhões de pessoas, e Osaka, com três milhões, foram ligados através de um trem de alta velocidade, em uma viagem com duração de 45 minutos. Com um trem de alta velocidade, o trecho entre o Rio de Janeiro, com 11 milhões de pessoas, e São Paulo, com 19 milhões, seria percorrido em 99 minutos. É o trecho mais apropriado, em todo o planeta, para a criação de um trem de alta velocidade”, afirmou Quintella nesta segunda-feira (06/05) no painel “Infraestrutura de Transporte Brasileira – Trens de Alta Velocidade e Trens Regionais”.

Para o presidente da ADTrem, o modal é o meio de transporte que mais beneficia a sociedade. “Sendo que as ferrovias possuem o melhor nível de eficiência energética”, garantiu. “Para termos um projeto grande de ferrovias temos que ter a união entre os órgãos reguladores e dos poderes concedentes. O automóvel não pode ser considerado o único meio de transporte ligando as cidades de São Paulo. É hora de uma visão sistêmica e integrada para um novo ciclo de prosperidade, fortalecendo o crescimento econômico”, disse o executivo.

Investimentos do governo do Estado

O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, fez uma exposição sobre o atual estágio dos projetos e obras de transporte no estado de São Paulo. “Temos muitos desafios no setor de mobilidade de passageiros no estado. A região metropolitana de São Paulo está situada em uma área que representa apenas 0,5% do território nacional. Porém, temos trinta milhões de habitantes concentrados no local”, disse.

Jurandir Fernandes deu um panorama sobre a atual situação dos investimentos no setor. “Entre 2012 e 2015, 45 bilhões de reais serão investidos em obras no estado. Sendo que 23 bilhões já estão com contratos assinados”, informou.

Além disso, Fernandes mostrou como está o andamento das obras nas linhas de metrô e nos trens da Grande São Paulo. “Atualmente temos quatro grandes obras acontecendo. Uma das obras na Linha Amarela. Outra é o monotrilho que liga Congonhas até à Marginal Pinheiros. A linha Lilás, com 24 frentes de trabalho, está a pleno vapor e, por fim, a quarta obra é o monotrilho que vai até a Cidade Tiradentes. Até meados de 2014, teremos certamente sete grandes obras de mobilidade urbana acontecendo”, acrescentou o secretário.

Norte-sul é exemplo ‘mais contundente’ de planejamento e logística, diz presidente da EPL

O presidente da Empresa de Planejamento Logístico (EPL), Bernardo Figueiredo, afirmou na manhã desta segunda-feira (06/05) que a inclusão da construção da ferrovia Norte-Sul no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é o “exemplo mais contundente” do novo momento da infraestrutura e logística brasileira.

Ele defendeu a inclusão no PAC deste projeto, que já integra programas de governo há pelo menos 20 anos, uma vez que, segundo ele, a construção agora obedece a um planejamento. “A ferrovia entrou no PAC porque, apesar de estar há 20 anos no programa de governo, no orçamento, nós não tínhamos um projeto, um estudo de impacto ambiental, ou seja, condições de fazer a obra. Você tinha recurso, mas a obra não podia começar”, afirmou Figueiredo ao participar do 8º Encontro de Logística e Transportes da Fiesp. “Nós precisamos cuidar da preparação das ações”.

A ferrovia Norte-Sul deve ter mais de 10 mil quilômetros de extensão e ligará as regiões Norte e o Nordeste ao Sul e ao Sudeste do país.

Convergência

O presidente da EPL avaliou que o momento da infraestrutura no país é de convergência em reverter a problemática situação logística brasileira.

“Eu acredito que temos hoje uma convergência que, como técnico que trabalha há 40 anos na área de transporte, eu posso garantir que é rara”, afirmou Figueiredo.

Segundo ele, a percepção de que a infraestrutura brasileira é deficiente e contrária ao crescimento do país não é mais apenas setorial, mas “do conjunto inteiro da sociedade”.

“Temos um problema de logística que precisa ser superado pra que a gente tenha condições de ter um crescimento sustentável”, disse.

Na avaliação do presidente do Conselho de Infraestrutura (Coinfra) da Fiesp, Rodolpho Tourinho,  a iniciativa privada deixou de ser coadjuvante em projetos de logística para assumir um papel de destaque.

“Nesse momento de transição estamos saindo basicamente de um passado de obras públicas para um presente de concessões e PPPs [Parcerias Público-Privadas]”, disse Tourinho.

Fonte: Fiesp, 06/05/2013

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