Para desatar o nó logístico, as ferrovias são fundamentais. Mas até que as obras das concessões terminem, a carga brasileira ainda enfrenta trilhos que não são renovados há 90 anos.
É fácil perceber como o Brasil parou no tempo, quando a questão é nossa malha ferroviária: temos aproximadamente 30 mil km, que é exatamente a mesma há 90 anos. Precisamos de rotas alternativas para o escoamento da safra agrícola destinada à exportação. As ferrovias são eficientes porque movimentam grandes tonelagens por longas distâncias a um custo menor, explica Rodrigo Vilaça, presidente da Associação Nacional dos Transportes Ferroviários (ANTF).
O primeiro desafio do setor ferroviário é a necessidade de eliminação dos gargalos logísticos, que englobam mais de 200 mil famílias residindo nas faixas de domínio das ferrovias, até 12,5 mil passagens de nível críticas. Em função desses gargalos que os trens comerciais brasileiros são obrigados a andar em baixa velocidade, cerca de 28 km/h, sendo que, em alguns trechos, como no acesso ao Porto de Santos, a velocidade cai para 5km/h. Outro entrave se refere aos 12.289 cruzamentos rodoferroviários, dos quais 2.569 são críticos e 276 prioritários, diz Vilaça.
Até 2024, o porto deve receber R$ 7 bilhões para melhorias na infraestrutura ferroviária. Caso não seja feito nenhum investimento, a movimentação será superior à capacidade instalada atual, gerando uma deterioração do nível de atendimento e impedindo a fluidez no escoamento de mercadorias.
As obras levarão a um maior sincronismo das operações de transporte, recepção e embarque, decorrentes da capacidade de armazenagem estática, aumento da utilização do transporte ferroviário e da capacidade de recepção no terminal, e também da velocidade de carregamento de navios.
O fato de colocarmos em prática nossos planos e projeto ressalta a importância do 8º Fórum ComexLog, através do qual houve oportunidade de discutir com demais entidades e especialistas, o que de melhor pode ser feito para o crescimento do comércio exterior e logístico do Brasil, sintetiza Vilaça.
A Baixada Santista vem ocupando uma posição de destaque no cenário nacional, tornando-se palco de eventos de suma importância como este, reunindo autoridades e grandes empresas do setor. Tudo isso graças à força do complexo portuário, que cada vez mais traz riquezas para essa região, acrescenta Wilen Manteli, diretor-presidente da Associação Nacional dos Terminais Portuários (ABTP).
Fonte: DCI, 27/06/2013
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