Presidente do TCU rebate críticas sobre paralisações

O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes, rebateu as críticas, principalmente feitas pela presidente Dilma Rousseff, de que o tribunal estaria paralisando obras federais. Durante audiência realizada ontem no tribunal, Nardes usou o exemplo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), um dos órgãos mais fiscalizados pelo tribunal, para retrucar as acusações.

Segundo Nardes, de um total de 1.153 obras do Dnit, o tribunal recomendou a paralisação de apenas duas obras. “É importante dizer isso, pois se vende para todo o Brasil que o tribunal paralisa obras”, comentou o presidente do TCU, durante votação do relatório que trata de falhas de gestão do funcionalismo público federal.

Na semana passada, a presidente Dilma disse que é um “absurdo” paralisar grandes obras devido a suspeitas de problemas na execução, mesmo de irregularidades. Dilma deu as declarações quando questionada sobre a possibilidade de interrupção da BR-448, na região metropolitana de Porto Alegre, por recomendação do TCU.

Ontem, o TCU apresentou um relatório no qual avalia a situação de governança e gestão de pessoas que trabalham em órgãos da administração pública federal. O objetivo foi identificar os pontos mais vulneráveis e induzir melhorias no setor. Ao todo, 305 órgãos públicos de diversos setores responderam questionários encaminhados pelo tribunal.

O resultado aponta que apenas 15% dos órgãos públicos federais publicam indicadores de desempenho e 74% ignoram planejamento de força de trabalho. Apenas 15% dessas organizações publicam seus objetivos e 76% não desenvolvem processo sucessório para posições de liderança. Outros 36% informaram que não oferecem treinamento de seus líderes e 83% não executam programas de reconhecimento por alto desempenho profissional.

Segundo o ministro relator, Marcos Bemquerer, também há falhas em fiscalizações. Dos participantes, 42% afirmaram que não realizam auditorias na folha de pagamento de forma sistemática. A lista de participantes inclui bancos, agências, autarquias, fundações, instituições de ensino, militares, ministérios e tribunais. Entre as recomendações feitas pelo TCU está a criação formal de objetivos, indicadores, metas e monitoração de desempenho profissional.

Fonte: O Estado de S. Paulo, 14/11/2013

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