A Norgren e AmstedMaxion desenvolveram uma tecnologia de descarga automática de vagões. O sistema consiste em atuador que aciona o sistema de abertura das portas de descarga dos vagões. “O sistema é operado por ar comprimido através de um cilindro pneumático montado junto ao eixo principal de operação do sistema de portas, ou seja, mantém o conceito original de projeto, modificando apenas a atuação do operador no terminal”, explica o diretor de engenharia da Amsted Rail, Paulo Mauricio Rosa.
O projeto levou dois anos para ser desenvolvido. A Norgren participou com a tecnologia pneumática e a AmstedMaxion com a estrutura dos vagões.
O protótipo do vagão com o sistema foi estado pela Rumo, empresa de logística de açúcar do grupo Cosan. Segundo o presidente da Cosan Logística, Julio Fontana, o sistema foi testado e funciona. “Todos os nossos vagões foram projetados para receber equipamento desse tipo”, diz Fontana ao explicar que é instalado um sensor e quando o vagão entra na moega esse sensor é ativado para abrir os vagões. O trem vai sendo conduzido devagar para descarregar e quando sai da moega o sistema é ativado para fechar as escotilhas.
Os testes começaram no final de 2012 e foram realizados em descargas com vagão parado. As empresas estão trabalhando no desenvolvimento do sistema de carregamento superior dos vagões. O projeto completo permitirá a carga e descarga com o trem em movimento. “Hoje, a descarga é feita parada porque os terminais não possuem moegas adequadas a esta operação”, explica completando que muitos clientes, principalmente a Rumo, estão investindo em novos terminais com correias e motores de maior capacidade para que o vagão possa ser efetivamente descarregado em movimento.
Sem o uso da tecnologia, são necessários no mínimo seis homens na operação de abertura e fechamento mecânicos, sinalização e conferência dos vagões. Com o sistema automatizado, o processo será executado com apenas dois funcionários.
O diretor da Amsted Rail explica que a grande quantidade de funcionários que era utilizada nos terminais estava ligada ao tipo de solução aplicada aos vagões. Sistemas de portas individuais geram grande perda de tempo pela dificuldade de abertura e fechamento, assim como pela alta retenção interna de produto.
Fonte: Revista Ferroviária, 19/11/2013