Reunidos em seminário promovido pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL), técnicos do governo brasileiro e especialistas em ferrovias da Espanha, Estados Unidos e Austrália estão debatendo a aplicação à regulamentação do novo modelo de exploração ferroviária no Brasil.
O presidente da EPL, Paulo Sérgio Passos, ao abrir o evento de três dias disse que o Brasil passou décadas sem investir em ferrovias e que estamos no momento de avançar com esse novo modelo aberto de ferrovias (Open Acess). “Precisamos ter um sistema ferroviário operante, moderno e que cumpra o seu papel de transporte eficiente”.
O gerente de serviços logísticos da EPL, Fábio Barbosa, ressaltou a importância do seminário, que permitirá concluir proposta para implementação do modelo de exploração ferroviária que será levada à discussão pública, com a participação de governo, empresas e usuários. Os estudos que foram iniciados em fevereiro pela EPL e Ineco Engenharia e Consultoria do Transporte, e conta com a participação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da Valec Engenharia Construções e Ferrovias S/A.
Entre os temas em discussão no seminário estão a gestão da segurança na operação ferroviária; evolução e necessidades de regulação; os modelos verticais baseados na concorrência entre operadores; o transporte ferroviário de cargas nos Estados Unidos; os modelos horizontais (com separação das atividades de gestão da infraestrutura ferroviária e prestação dos serviços); a experiência europeia; a experiência “open access” na Austrália; e a regulação da colocação em serviço do material circulante: requisitos, homologação, interoperabilidade, autorizações.
Ferrovia Norte-Sul
No último dia 22 de maio, a presidenta Dilma Rousseff entregou trecho de 855 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul, que liga as cidades de Anápolis (GO) e Porto Nacional (TO). Concebida sob o propósito de interligar a malha ferroviária e diminuir custos de transporte, a Norte-Sul terá a extensão de 4.155,6 quilômetros e interligará dez estados do território nacional.
Alvo de R$ 4,2 bilhões em investimentos previstos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a Norte-Sul passará a ser ferrovia estruturadora do Sistema Ferroviário Nacional, ao proporcionar acesso de produtores a vários portos e corredores de exportação. Também irá estimular a competitividade intramodal, não só entre os portos, mas também entre os operadores logísticos que realizarão o transporte da carga.
“Dizem que demorou 27 anos. É verdade, mas vou dizer o seguinte: demorava 27 anos. Hoje não demora mais. Quero dizer a vocês, que foi um grande esforço em 2007 dar início ao trecho Araguaína-Palmas, porque o governo federal ainda não tinha os recursos todos disponíveis. E nós fomos fazendo, e fomos também aprendendo enquanto fazíamos, porque o Brasil tinha parado de investir durante muito tempo”, afirmou a presidenta.
Entre os benefícios do empreendimento estão a significativa redução do custo do transporte de carga, do consumo de combustível e do índice de acidentes nas estradas, já que grande parte da carga escoada atualmente pelas rodovias poderá ser transportada pela Ferrovia Norte-Sul.
Fonte: Portal Brasil, 29/05/2014