RIO – Com o objetivo de fazer uma integração entre as forças que vão atuar na Copa do Mundo, o Centro de Coordenação de Defesa de Área (CCDA-RJ), com apoio dos órgãos de segurança pública, coordenou a simulação de um ataque radiológico na estação do metrô, na Cidade Nova, na manhã deste sábado. Cerca de 270 pessoas, entre civis e militares, participaram do exercício que faz parte dos testes preparatórios de segurança para o mundial.
O major Marcos Ferreira, do Exército, explicou que, durante os jogos, a estrutura montada neste teste será posicionada no entorno do Maracanã para que, em caso de algum incidente, possa ser deslocada com rapidez:
— Nosso objetivo é fornecer uma segurança adequada para que o público possa ir aos estádios assistir aos jogos com tranquilidade — declarou o militar.
O exercício, que começou às 7h50m com a explosão de um artefato radiológico dentro de um trem do metrô, foi conduzido em duas fases. No primeiro momento foi instaurado o gabinete de crise com representantes do Comissão Nacional de Energia Nuclear, Ministério da Defesa, bombeiros e policiais militares e civis para treinar a governança neste tipo de situação. Na segunda etapa, foram feitas as ações táticas na estação, com a participação das Forças Armadas, polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros e equipes da Defesa Civil.
O primeiro atendimento aos feridos foi feito por equipes do metrô, três minutos após a explosão do artefato. Treze minutos depois, chegaram mais agentes do metrô, que separaram as vítimas pelo tipo de ferimentos. Às 8h06m, os bombeiros chegaram e isolaram a área. Eles tinham pulseiras nas cores verde, amarela e vermelha para identificar as vítimas de acordo com a gravidade dos ferimentos. Quinze minutos depois, chegaram os agentes do Batalhão de Defesa Química, Radiológica, Biológica e Nuclear para detectar se havia um agente nocivo no local e para fazer a sua identificação.
— Considero que a ação foi um sucesso e que o atendimento foi feito rapidamente. É preciso levar em conta que cada unidade está aquartelada em seu devido local e demora um tempo até a pronta resposta — explicou o o major.
Após o primeiro atendimento na estação de metrô, os feridos foram encaminhados para uma tenda de descontaminação primária que tem como objetivo retirar a maior parte possível do agente contaminador do corpo das vítimas. Em seguida, os participantes do exercício foram deslocados para a tenda de descontaminação total.
— No processo inicial as pessoas passam por um processo de descontaminação primária e por uma triagem para determinar o nível de contaminação. Também é feita uma verificação do estado de saúde das vítimas. Aqueles que estão contaminados são encaminhados para o posto de descontaminação total para que sejam descontaminados — alegou o tenente-coronel Paulo Cabral, responsável pela Defesa Química, Radiológica, Biológica e Nuclear do Centro Tecnológico do Exército.
O militar informou ainda que já foi feito um reconhecimento dos locais que podem vir a ser alvos de ataques terroristas durante a competição esportiva e que já foram analisadas as dificuldades que podem surgir, caso seja necessário montar as tendas de descontaminação. Ele também comunicou que o tempo de montagem dos postos de descontaminação, que demora de 40 minutos a uma hora, não é uma preocupação.
— Antes de ir para as tendas, as vítimas passam por um atendimento inicial que é feito enquanto a instalação dos postos é feita — disse o tenente-coronel.
Apesar de não divulgar o número de barracas de descontaminação que serão montadas na cidade, o tenente-coronel afirmou que o Batalhão de Defesa Química, Radiológica, Biológica e Nuclear do Exército está preparado para a Copa do Mundo.
— Vamos ter cerca de 300 a 400 pessoas trabalhando durante o mundial. Temos estrutura suficiente para atender a qualquer evento — acrescentou Paulo Cabral.
Fonte: O Globo, 01/06/2014