Os funcionários do MetrôRio farão uma reunião nesta terça-feira, às 9h, com representantes do sindicato dos trabalhadores e da empresa, para discutir uma proposta de reajuste. O resultado será levado à votação em assembleia, às 18h, na Rua Santa Amélia 41, na Praça da Bandeira. O objetivo é discutir se a categoria fará ou não paralisação.
Os metroviários, em negociação salarial desde o início de maio, querem um reajuste de 15%, a implantação de um plano de cargos e salários e um piso de R$ 993. Hoje, o rendimento inicial dos 2.500 empregados da empresa é de R$ 750,12. De acordo com o presidente do Sindicato dos Metroviários do Rio (Simerj), Heber Fernandes, há funcionários com mais de dez anos de trabalho que recebem R$ 1.500 por mês. O MetrôRio ainda não informou o percentual de reajuste que vai oferecer.
— A empresa vem empurrando as negociações sem fazer nenhuma proposta. A gente não quer fazer greve pela greve, mas para chamar a atenção da população — completou Fernandes.
O economista do Dieese no Rio, Carlos Jardel, acredita que o pedido de aumento de 15% nos salários é legítimo. Ele lembrou que o atual salário-base é inferior ao piso regional das domésticas (R$ 874,75) e o dos garis da Comlurb (R$ 1.100).
— A luta não deve ser só para repor as perdas do ano passado, mas olhando para frente. O país cresceu 2,5% no ano passado, e o salário mínimo está crescendo acima da inflação — disse ele.
O Dieese ainda não tem dados sobre quanto as categorias que negociam neste primeiro semestre têm conseguido de ganho real. Em 2013, 87,9% dos trabalhadores de Transportes tiveram aumento acima da inflação, mas os metroviários do Rio levaram apenas a reposição da alta do custo de vida.
Em nota, o MetrôRio só afirmou que a negociação com a categoria está em andamento.
Fonte: Extra, 10/06/2014