Um passeio ferroviário pelo Chile. Através do olhar de um engenheiro ferroviário, revelamos algumas curiosidades sobre a ferrovia do Chile. Essa viagem foi feita pelo nosso associado Osvaldo Barbosa.
O Chile tem um vasto patrimônio ferroviário construído a partir do século XIX, principalmente para transporte de suas riquezas minerais. Geograficamente sua forma é única: é um dos países mais compridos do mundo, com 4.300 quilômetros de longitude, mas simultaneamente um dos mais estreitos, com uma largura média aproximada de 180 quilômetros.
No Norte do país existem regiões onde nunca se têm registrado chuvas, como em partes do Deserto de Atacama e outras onde chuvas esporádicas caem no inverno. O ar extremamente seco tem sido um dos fatores de preservação do material ferroviário desativado e exposto ao longo de décadas a intempéries.
Considerando-se ponto de partida a Cidade de Calama, um traçado de 4 direções em cruz proporciona um roteiro de turismo e observação de ferrovias que tem despertado o interesse de ferroviários e amantes da ferrovia de todas as partes do mundo.
A partir de Calama em direção à Cordilheira dos Andes percorrendo-se 100km chega-se a San Pedro de Atacama base para permanência em 4 ou 5 dias que levam a visitação de todas as atrações do deserto no entorno.
No sentido oposto, em direção ao Oceano Pacifico chega-se à cidade de Tocopilla, em boa parte do trajeto percorrido por rodovia serpenteando entre elevações áridas do deserto, pode-se andar lado a lado com trens e observar boa parte do traçado da Ferrocarril de Tocopilla, uma ferrovia eletrificada desde 1927 entre o porto de Tocopilla e Barriles, em operação há mais de 80 anos. No trecho Barriles-Maria Helena 43 locomotivas a vapor foram substituídas por locomotivas diesel elétricas a partir de 1958. Em Maria Helena estabeleceu-se a principal extração de salitre na região, principal produto transportado e razão de construção desta ferrovia.
O traçado dessa linha foi planejada desde o porto de Tocopilla até região de planicie próxima, onde se encontram as jazidas de salitre/nitrato, descrevendo 263 curvas, algumas até 55 m de diâmetro e com uma inclinação máxima de 4,1%, com 88km de extensao e atingindo sua altura máxima a 1.495 m acima do nível do mar. A linha foi construída com uma bitola de 1,067m.
Nos sentidos longitudinais do Chile, também a partir de Calama encontra-se a região de Iquique, onde está localizada a Cidade Fantasma de Humberstone, um monumento histórico constituido por ruinas abandonadas e preservadas a 48 km da cidade portuária de Iquique. As usinas de Salitre Humberstone e Santa Laura, que entre 1902 e 1960 supriam o mercado mundial para fabricação de polvora. Humberstone contava com trecho ferroviário e oficina de locomotivas próprias, onde algumas locomotivas e carros de passageiros permanecem no local aberto para visitação pública.
Antigas locomotivas de Humberstone.
Já no sentido longitudinal do Chile, partindo-se ao Sul chega-se a antiga Estação e Oficina de Baquedano ou Museu de Casa de Maquinas de Baquedano, que constitui um conjunto de material ferroviario de valor único, não somente devido ao fato de convergirem no local os antigos traçados da Ferrocarriles del Estado (EFE) de norte a sul (hoje FERRONOR), mas também, por ser o setor de cruzamento com as linhas da Ferrocarril de Antofagasta a Bolivia (FCAB) de oeste a leste. Este setor até 1910 era conhecido pelo nome de Baquedano. Em Baquedano desenvolveu-se um conjunto de prédios e instalações de manutenção imponentes por sua beleza de construção, oficina de locomotivas a vapor, residência de empregados, grandes pátios de manobra e acoplamento de vagões de carga e carros de passageiros, entre outras dependências. A estação de Baquedano encontra-se sob custódia de conservação pela Ferrocarriles del Norte SA e foi declarada Monumento Histórico Nacional do Chile por Decreto Supremo em 1983.
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