Com capacidade para desgastar o PSDB em São Paulo, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do cartel do metrô deverá ser instalada hoje pelo Congresso Nacional. O PT apresentou o pedido em maio para pressionar a oposição, que tinha acabado de aprovar a CPI da Petrobras, mas a indicação dos integrantes esbarrava na falta de sessões do Congresso.
A liderança do PT, contudo, encontrou a lista completa dos integrantes da CPI mista na ordem do dia da sessão do Congresso que seria realizada no dia 16 de julho e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), mais velho dos integrantes, convocou ontem a reunião de instalação do colegiado.
No primeiro encontro serão eleitos o presidente da comissão (um senador do PMDB) e o deputado Renato Simões (PT-SP) como relator. O PT também quer aprovar o plano de trabalho e os primeiros requerimentos de informação, com pedidos para que os tribunais de justiça, Ministério Público e Polícia Federal encaminhem todos os processos referentes ao caso.
“Temos pouco tempo e em plena campanha então a ideia é concentrar as informações sobre as investigações que já existem, que são mais de 40, e trabalhar em cima disso”, afirmou Simões. Para instalar a CPI será necessária a presença de pelo menos sete dos 13 senadores e 14 deputados indicados para a comissão, mas o governo tem ampla maioria no colegiado.
A CPI vai apurar denúncias de formação de cartel, corrupção de autoridades e irregularidades em contratos, licitações, execução de obras e manutenção de linhas de trens e metrôs no Estado de São Paulo, durante as administrações do PSDB, e no metrô do Distrito Federal, sob a gestão do DEM.
O deputado Mendes Thame (PSDB-SP), indicado pela oposição para a CPI, disse que o PT pode tentar desgastar os tucanos com o vazamento de denúncias, mas isso só será possível se for encontrado algo novo. “Não temos medo da investigação. Se ficar comprovado que alguém infringiu a lei, tem que ser punido.”
Fonte: Valor Econômico, 06/08/2014
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