Vestígios de ocupação humana de 3 mil a 4 mil anos foram encontrados em escavações do metrô na região central da cidade do Rio de Janeiro. Os restos de um sambaqui (são resquícios de ocupações de povos coletores e caçadores) foram descobertos por arqueólogos, em meio a material escavado em 2013, no canteiro de obras da Linha 4, no bairro da Leopoldina.
Pontas de lança e machadinhas estão entre os instrumentos encontrados (Foto: Divulgação)
Artefatos pertenciam a povos coletores e caçadores que habitaram a região (Foto: Divulgação)
Segundo Mello, acredita-se que o sambaqui estivesse originalmente em um pequeno morro na própria Leopoldina, mas acabou sendo movido para o terreno do metrô depois que a colina foi arrasada para aterrar a região no final do século 19.
O arqueólogo diz que, antes de ser aterrada, a Leopoldina era uma região pantanosa, propícia para a ocupação temporária de povos que viviam da caça, pesca e coleta. “Regiões pantanosas, mangues, locais alagados são os locais principais escolhidos pelos povos primitivos não agricultores para ocupação temporária”, disse Mello.
O material ainda será analisado com mais profundidade para tentar descobrir detalhes sobre o povo que fabricou esses artefatos.
As escavações no metrô já foram concluídas, mas todo o material foi recolhido e armazenado em um depósito. Aos poucos, esse material arqueológico vem sendo pesquisado e catalogado. No mesmo terreno da obra, onde já funcionaram uma estação de trem (Alfredo Maia) e o Matadouro Imperial, também foram encontrados materiais usados pela família imperial, como porcelanas, cachimbos e até uma escova de dente que teria pertencido ao imperador dom Pedro II.
Fonte: VEJA RIO, 27/07/2015