O tempo vale ouro para quem usa o Metrô no Rio de Janeiro. Minutos preciosos significam não apenas rapidez nos deslocamentos diários, como também uma vida mais produtiva e menos estressante. As viagens podem levar metade do tempo com relação ao carro, principalmente nos trechos das Linhas 1 e 2. Junto ao Dia Mundial Sem Carro, nesse 22 de setembro, chega também a oportunidade de experimentar novas formas de locomoção.
Adriana Rodrigues Beltrão, 43 anos, trabalha na Superintendência de Comunicação da CNseg – Confederação Nacional das Seguradoras. Moradora de Copacabana, ela costuma deixar o carro na garagem ao seguir para o trabalho, no Centro. Da estação Siqueira Campos até a Cinelândia, a viagem dura no máximo 15 minutos, que são dedicados à leitura. O mesmo percurso de carro levaria de 25 a 30 minutos, além do tempo – e do dinheiro – desperdiçado na procura por estacionamento.
— Com o grande número de obras em andamento na cidade, o transporte de carro piorou muito. O metrô é bem mais prático: não há risco de pegar trânsito engarrafado por conta de acidentes ou alagamentos. Como eu moro perto da estação do Metrô e trabalho há 25 anos no mesmo lugar, já me habituei ao transporte sobre trilhos — explica Adriana.
Ela não é uma exceção. Nas principais áreas metropolitanas do Brasil, os trabalhadores têm procurado meios de encurtar distâncias e reduzir o tempo gasto com transporte. É a busca por qualidade de vida, cada vez mais rara em tempos modernos. Um estudo da Firjan (Federação das indústrias do Estado do Rio de Janeiro), divulgado este mês, aponta que mais de 17 milhões de brasileiros demoram, em média, 114 minutos (pouco mais de duas horas) no deslocamento casa-trabalho-casa. Nesse contexto, o Dia Mundial Sem Carro chega para discutir questões importantes da mobilidade urbana.
RIO LIDERA RANKING
Segundo o estudo, o Rio é a capital em situação mais crítica em tempo perdido nos deslocamentos. Ao todo, 2,8 milhões de pessoas gastam, em média, duas horas e 21 minutos por dia no trânsito da cidade. O impacto na produtividade em função do tempo perdido nas viagens longas – chamado de produção sacrificada – é significativo. No Rio, esse custo ultrapassou R$ 19 bilhões em 2012, equivalente a 5,9% do PIB metropolitano daquele ano, de acordo com a Firjan.
Daí a importância de reduzir o uso do automóvel nos deslocamentos diários. O metrô, que só no Rio de Janeiro transporta diariamente 800 mil pessoas, ajuda a encurtar essas distâncias. O trajeto entre as estações Cantagalo e Cinelândia, por exemplo, pode ser feito em apenas 16 minutos. Da estação General Osório até a Carioca, são 18 minutos, em média. Do Flamengo à Central, a viagem dura 12 minutos. Da estação Uruguaiana até a Saens Peña, o percurso demora 11 minutos.
— Quanto mais longa é a distância até o trabalho, maior a vantagem de usar o transporte sobre trilhos. Nesse cenário, o metrô representa um grande diferencial, pois encurta o tempo da viagem e livra o passageiro dos imprevistos do trânsito — afirma o economista Riley Rodrigues, especialista em Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan.
O próprio Riley, morador de Benfica, vive essa situação no seu dia a dia. São 18 minutos de viagem no metrô da estação Triagem até o Centro. Se optasse pelo carro, ficaria pelo menos 45 minutos no trânsito até chegar ao trabalho – sem contar o risco de engarrafamentos. O economista lembra ainda que os longos percursos feitos de automóvel, com muitos pontos de parada, aumentam a emissão de gases poluentes na atmosfera.
MENOS EMISSÃO DE POLUENTES
Essa é outra vantagem incontestável do metrô. Trata-se de um meio de transporte energeticamente mais limpo: o ônibus emite 10 vezes mais gás carbônico do que o metrô e o carro 28 vezes mais. Cada composição, formada por seis vagões, corresponde a 23 ônibus ou 152 vans ou 1.517 carros em número de passageiros, segundo o Metrô.
— O MetrôRio emite cerca de 28 vezes menos gases do efeito estufa em relação a carros, um dos melhores desempenhos nesse aspecto no mundo. Essa performance deve-se ao fato de o metrô não consumir combustíveis fósseis em sua operação, já que funciona com energia elétrica. A matriz energética brasileira é menos poluente, uma vez que é composta basicamente por fontes hidroelétricas — afirma Daniel Habib, diretor de Operações do MetrôRio.
Fonte: O Globo, 18/09/2015
Pingback: thaisbobet168 เว็บแทงบอล ปิดแล้ว ย้ายมาเล่น lsm99 ดีกว่า
Pingback: F1 shakes