O governo do Rio aboliu os subsídios ao transporte público criados após as manifestações em 2013, que tinham como origem a crítica à tarifa no setor.
Em razão da crise financeira, o Estado decidiu em dezembro acabar com a ajuda no pagamento da passagem de trem -a mudança vale a partir de fevereiro.
O mesmo já havia ocorrido com o metrô em abril, quando a queda na arrecadação já era uma ameaça real.
O subsídio às passagens de trem e metrô foi criado em 2014 pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) após o recrudescimento dos protestos iniciados no ano anterior.
O período em que o Estado bancou parte das tarifas dos sistemas metroviário e ferroviário consumiu R$ 43,6 milhões dos cofres públicos.
No primeiro momento, o Estado bancou R$ 0,30 por passageiro de trem e metrô. Isso manteve a tarifa do metrô em R$ 3,20 em 2014 e a do trem, em R$ 2,90.
No início de 2015, o Estado reduziu o subsídio no sistema ferroviário para R$ 0,10 -e a tarifa foi para R$ 3,20. Quatro meses depois, e com um cenário ainda mais grave no horizonte, a tarifa do metrô deixou de ter o apoio -subiu para R$ 3,70.
A partir de fevereiro, passageiros dos trens passarão a gastar R$ 3,70 por passagem.
“As medidas foram tomadas para reduzir progressivamente os subsídios pagos pelo Estado no sistema de transportes. As tarifas sociais podem ser retomadas caso seja necessário”, afirmou, em nota, a Secretaria Estadual de Transporte.
A crise financeira do Estado foi gerada pela queda na arrecadação do ICMS no fim do ano, causada pelo desaquecimento da economia, e na receita com royalties, devido à redução no preço do barril de petróleo.
A falta de recursos gerou o colapso do sistema de saúde e afetou serviços de diferentes setores, entre eles o transporte público.
A Prefeitura do Rio, por sua vez, não subsidiou a tarifa dos ônibus municipais. No início do ano, o valor aumentou de R$ 3,40 para R$ 3,80.
“O aumento na tarifa atinge não só o passageiro como o empregador. Isso pode pesar num momento de crise econômica”, disse o economista Vitor Mihessen, especialista em mobilidade urbana da ONG Casa Fluminense.
O Estado manteve os subsídios que já concedia antes das manifestações. Nas barcas, o Estado banca R$ 1,50 da passagem de R$ 5,60 -a ajuda chegou a ser de R$ 1,70.
A redução no gasto com a tarifa social, contudo, não significou uma redução no gasto com o Bilhete Único.
O governo estadual segue subsidiando passageiros que usam dois meios de transporte num período de duas horas. Em 2015, foram gastos R$ 595,4 milhões, aumento de 9% em relação a 2014.
Fonte: Folha de São Paulo, 06/01/2016
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