Linha 4, do metrô Rio, pode estrear com capacidade reduzida

Operários correm contra o tempo para terminar a Linha 4. O novo secretário estadual de Transportes, Rodrigo Vieira, disse ontem que o metrô ficará pronto para os Jogos, mas pode estrear com capacidade reduzida. Após especulações de que a Linha 4 do metrô não ficaria pronta a tempo das Olimpíadas, o novo secretário estadual de Transportes, Rodrigo Vieira, garantiu ontem que o trecho entre Ipanema e Barra da Tijuca entrará em operação em julho, um mês antes dos Jogos, que começam no dia 5 de agosto. Sem detalhar o cronograma de testes, o secretário admitiu, no entanto, que os trens não vão operar com plena capacidade e que circularão em horários reduzidos. Segundo ele, haverá um acompanhamento para aumentar o número de passageiros gradualmente.

— Não existe lançamento de linha metroviária com capacidade total. É feita uma curva de crescimento, que estou discutindo com os técnicos.
Mas ela abre para operação em julho. Ao longo dos meses, vai atingindo a sua capacidade total. As pessoas vão aprendendo a usar essa linha metroviária, optando por trocar os modais que utilizavam. É assim que funciona o metrô. A gente não abre as portas em um dia já com a capacidade total. É um crescimento, é um aprendizado da população de usar esse sistema — afirmou o secretário.

Rodrigo assumiu o cargo anteontem, após a saída de Carlos Roberto Osorio, que deixou o PMDB para se filiar ao PSDB e possivelmente concorrer à prefeitura do Rio este ano. Ontem, em visita às obras nas estações Nossa Senhora da Paz e São Conrado, Rodrigo preferiu não cravar a data exata do início da operação para o dia 1 º de julho, como havia sido estabelecida por seu antecessor.

— Assumi a secretaria ontem (terça-feira). Estou me debruçando sobre os dados com os técnicos e avaliando todas as informações. Nossa prioridade é finalizar a obra e fazer os testes. Se, eventualmente, entendermos que deve ser feito algum ajuste no cronograma de testes, nós vamos fazer.

Antes de deixar o cargo, Osorio afirmou que os testes operacionais da parte elétrica e de sinalização haviam sido iniciados em janeiro. Já os primeiros testes com trens, entre as estações General Osório e Nossa Senhora da Paz, teriam início em março. E o percurso entre o Jardim Oceânico e São Conrado seria testado em abril.

O novo secretário ainda aguarda um financiamento de cerca de R$ 900 milhões para finalizar o trecho das cinco estações previstas para serem inauguradas até as Olimpíadas (Jardim Oceânico, São Conrado, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz). Para ligar o metrô de Ipanema até a Barra, ainda faltam 200 metros de escavações e três quilômetros de trilhos de um total de 16 quilômetros.

“Os recursos virão”, diz Vieira

Segundo Vieira, o governo federal se comprometeu a liberar o financiamento restante na próxima semana. Questionado sobre a possibilidade de não haver a liberação da verba, o secretário afirmou apenas que “os recursos virão” e que “há garantia do governo federal”.

Na opinião do engenheiro Pedro Celestino Pereira, presidente do Clube de Engenharia, o início da operação da Linha 4, em horário reduzido e com menos passageiros, segue as normais internacionais de segurança.

— Final de obra é sempre assim. Pode acabar amanhã ou daqui a dez dias. É um ajuste fino. O que importa é o teste em conjunto com todos os sistemas funcionando, que pode levar cerca de dois meses. Nesse período, o metrô já pode receber passageiros fora do horário de rush. Normalmente, funciona durante seis horas, entre 9 e 15 horas, por exemplo. Então, os técnicos têm praticamente 18 horas para corrigir falhas e fazer a manutenção.

Fonte: O Globo, 25/02/2016

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