Os constantes problemas no trânsito brasileiro evidenciam a necessidade de ampliar o transporte de passageiros sobre trilhos, um sistema elétrico que não polui e não sofre com as interferências urbanas. Muito ainda deve ser feito, mas o setor metroferroviário vive um momento de expansão e modernização. Novas linhas estão em construção, trens estão sendo comprados e tecnologias implantadas.
Ao todo, o Brasil conta com 231,8 quilômetros de linhas de metrô, trem urbano, Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e monotrilho em construção. As obras estão em andamento nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, sendo a região Sudeste a maior concentradora delas.
São Paulo é a maior cidade do Brasil e onde os projetos estão reunidos. A Linha 5-Lilás do metrô está sendo ampliada; a Linha 4-Amarela está em sua segunda fase de implantação; o monotrilho da Linha 15-Prata já testa um trecho; o monotrilho da Linha 17-Ouro está em obras e a Linha 6-Laranja em andamento. O VLT da Baixada Santista também está em implantação e o primeiro modelo nacional deste trem já foi produzido no Estado do Rio de Janeiro. Novas linhas estão sendo projetadas e os trens intercidades em fase de estruturação.
No Rio de Janeiro os projetos estão caminhando. A cidade receberá os Jogos Olímpicos de 2016 e as obras de mobilidade urbana estão em execução. As linhas do sistema de trens urbanos estão sendo renovadas. A Linha 4 e as seis linhas de VLT do projeto Porto Maravilha estão em construção. Além disso, a revitalização do Sistema de Bondes de Santa Teresa encontra-se em andamento.
Na Bahia, o metrô conta com um trecho em operação e os demais em construção. O Ceará concluiu a ampliação do metrô de Fortaleza e a obra do VLT de Sobral, e implanta uma nova linha de VLT na capital. Goiânia (GO) está implantando uma linha de 13,6 quilômetros de VLT e Cuiabá (MT) também terá a sua.
Já Brasília terá investimentos na modernização da linha existente, em sistemas e na construção de mais cinco estações. Estudos para implantação de linhas de VLT, a expansão do metrô até o final da Asa Norte e a compra de novos trens também serão licitados. Além disso, espera-se o avanço dos trabalhos para a execução do projeto do trem Brasília-Luziânia.
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) está fazendo melhorias em seus sistemas de João Pessoa (PB), Maceió (AL), Natal (RN) e Recife (PE). As obras incluem recuperação e modernização de estações, via permanente, sistemas e material rodante.
Já a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) está reformando e construindo estações; implantando sistemas de sinalização, energia e telecomunicações; e modernizando a rede aérea e a via permanente.
Tecnologias de ponta também estão sendo instaladas pelas operadoras metroferroviárias. Modernos sistemas são utilizados nas operações, manutenção, nos Centros de Controle Operacional (CCO) e nos trens. Exemplos de tecnologias são a implantação dos monotrilhos e os sistemas de controles operacionais e de sinalização, como os trens sem uso de condutores (driverless) na Linha 4 de São Paulo e o moderno CCO da SuperVia.
Tão importante quanto expandir a rede metroferroviária do País é modernizar o sistema, a infraestrutura e a frota de trens. A modernização deve ser prioridade visando garantir a regularidade do transporte, o aumento da oferta de serviço, o conforto dos passageiros.
E para as tecnologias serem eficientes é necessário ter uma rede de fornecedores que atenda as demandas por peças e equipamentos, com o objetivo de garantir um processo de manutenção eficaz.
Todos esses empreendimentos contribuirão para a mobilidade e qualidade de vida de milhões de brasileiros. Os investimentos nos sistemas de transportes de passageiros sobre trilhos não foram priorizados durante anos, mas, agora, a tendência é de expansão. E isso poderá ser facilitado com a colaboração do setor privado, que está atuando em parceria com poder público para ampliar a participação do transporte sobre trilhos no deslocamento da população brasileira.
Por Roberta Marchesi, Superintendente da ANPTrilhos
Fonte: Revista Sobretrilhos – Nº3, 07/03/2016