Trens novos da SuperVia não possuem sistema automático de freio

Parte da frota antiga da SuperVia não possui o sistema automático de freios, o que gera atrasos e insegurança nas viagens. O Governo do Estado do Rio adquiriu 10 trens novos, que ficaram parados cerca de três meses no pátio para ser submetido a testes. As novas composições possuem ar condicionado, mas também estão sem o sistema automático de freio.

Há trens circulando atualmente com quase 70 anos e por serem feitos de aço carbono, retêm mais calor deixa a viagem do passageiro desagradável. Mas enquanto o passageiro viaja em composições velhas, da década de 50, os 10 trens novinhos, recentemente comprados, estão parados na oficina da supervia. O problema começou há 4 anos, quando o governo do estado foi até a China para comprar novos trens.

A fábrica, em Chang Chung, que venceu a licitação, entregou os 70 trens sem um item que faria toda a diferença no dia a dia dos passageiros, que é o sistema automático de freios. Mas o erro não foi dos chineses, pois a licitação não previa a instalação deste equipamento.

Os primeiros 60 trens vieram para o Rio e começaram a rodar assim mesmo. O ATP é um sistema de sinalização que funciona por meio de sensores instalados na cabine do maquinista e nos trilhos. O equipamento envia dados ao centro de controle da Supervia.  Ele aumenta a segurança e deixa os intervalos mais precisos entre um trem e outro.

A SuperVia disse que o sistema já foi instalado nos 225 quilômetros de trilhos, que só funciona se tiver comunicação com o trem. Em janeiro do ano passado, um grave acidente entre duas composições deixou 220 pessoas feridas, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Especialistas afirmam que o sistema de freio poderia ter evitado a batida.

Há cerca de 10 dias, depois de três meses parados, os últimos 10 trens começaram a ser testados. Mas Supervia e governo do estado ainda não tem uma solução para a instalação do sistema automático de freios nos 70 trens chineses.

A concessionária disse que encaminhou um projeto à fábrica, em Chang Chung, para instalar equipamentos de outras marcas, sem que isso prejudique a garantia dos trens, mas até agora, nada foi definido.

A Secretaria Estadual de Transportes disse que está acompanhando o processo, mas não deu um prazo para a instalação dos equipamentos. Enquanto governo e SuperVia não chegam a uma definição, o passageiro espera mais, viaja no calor e depende da sorte para pegar o trem no horário.

Fonte: G1 Rio de Janeiro, 11/04/2016

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