Um dia após a abertura da linha 4 do metrô do Rio, o governo do Estado e a Prefeitura do Rio anunciaram, nesta terça (20), que passará a haver integração tarifária entre o metrô e o BRT (corredor de ônibus).
A Folha testou a nova linha na segunda (19), em seu primeiro dia de funcionamento, e registrou a falta de integração, principal motivo de críticas por parte dos usuários.
A linha 4 foi construída para a Olimpíada e inaugurada no dia 1° de agosto, mas até a última segunda atendia apenas a pessoas que tinham ingressos para os Jogos. A linha liga a estação General Osório, em Ipanema, na zona sul, à estação Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, zona oeste.
As estações Jardim Oceânico, da linha 4, e Vicente de Carvalho, da linha 2, têm integração física com o sistema BRT, mas não tinham a tarifária. Ao embarcar no BRT, o usuário era obrigado a comprar novo bilhete. Isso mudará nas duas estações a partir da próxima segunda-feira (26). O intervalo entre os embarques deve ser de no máximo duas horas.
O usuário que utiliza os dois modais paga, atualmente, R$ 7,90 por uma viagem (R$ 3,80 de BRT e R$ 4,10 de metrô). A partir de segunda, pagará R$ 7, uma economia de R$ 0,90.
Quem pegar BRT e metrô gastará R$ 280 por mês com o transporte –valor que é cerca de 32% do salário mínimo. A conta considera passagens de ida e volta e 20 dias úteis. Sem a integração, gastaria R$ 316.
“Esta era a perna [de integração] que estava faltando para completarmos o anel de transporte de alta capacidade”, diz o secretário municipal de Transporte, Alexandre Sansão, em referência aos sistemas BRT e metrô.
Continua não havendo integração tarifária com os ônibus convencionais e com o VLT, também inaugurado para a Olimpíada.
“Estamos estudando essa integração. É um passo de cada vez. Ainda há coisa para avançar. Pretendemos um dia anunciar a integração total do sistema de transporte, mas hoje estamos anunciando este novo passo”, disse Sansão.
Para usar o benefício, é preciso se cadastrar no site do RioCard. O cadastro pode levar até 48 horas para ser validado. Quem quiser usá-lo na próxima segunda (26) deve se cadastrar até esta quinta (22).
O benefício é válido apenas para pessoas que têm CPF, ou seja, não contempla estrangeiros. Estima-se que a medida vá atingir 75 mil usuários por dia.
As autoridades esperam que a integração reduza em 95 minutos o tempo de viagem do terminal Alvorada, na Barra, até a estação de metrô Carioca, no centro. Passará de 160 minutos de carro ou ônibus para 65, dizem.
Segundo os secretários municipal e estadual de Transporte, não haverá aporte de dinheiro público -os recursos sairão dos cofres dos operadores dos sistemas, o BRT e o Metrô Rio. Ambos dizem que não divulgarão como será feita a divisão de custos.
Na última segunda, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) e o secretário estadual de Transporte disseram à Folha que não havia uma decisão sobre a integração.
A mudança ocorreu em uma reunião na manhã desta terça, segundo o secretário. “Essa questão foi a única demanda que tivemos por parte dos usuários”, disse.
Em seu primeiro dia de uso, a nova linha de metrô teve baixa adesão, de 65 mil pessoas e 15 mil integrações. A título de comparação, as autoridades esperam que a linha venha a transportar mais de 300 mil pessoas por dia e retirar das ruas mais de 2.000 carros por hora no horário de pico no eixo Barra-zona sul. Segundo o secretário estadual de Transporte, Rodrigo Vieira, a demanda dos usuários foi aumentando ao longo do dia, e o pico da tarde foi três vezes maior do que o da manhã.
A prefeitura afirmou que ainda não tem dados o bastante para avaliar o impacto da inauguração da linha 4 no trânsito.
Fonte: Folha de São Paulo, 21/09/2016
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