O governo de Mato Grosso assegurou mais R$ 200 milhões para dar continuidade às obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na Grande Cuiabá. Até o momento, o estado já conseguiu, junto à Caixa Econômica Federal (CEF), a liberação de R$ 400 milhões em recursos, por meio de empréstimo e financiamento. Apesar disso, a obra do modal, que está parada desde dezembro de 2014, não tem previsão para ser retomada.
Segundo o governo, uma nova rodada de negociões foi realizada com o Consórcio VLT, responsável pela obra. No entanto, nenhum acordo foi fechado.
A obra foi licitada por R$ 1,477 bilhão, e já consumiu R$ 1,06 bilhão do dinheiro público. O resultado parcial de um estudo feito por uma empresa contratada pelo governo de Mato Grosso, apontou que para a implantação do VLT na Grande Cuiabá ainda deverão ser gastos mais R$ 602 milhões por parte dos cofres públicos. No entanto, o Consórcio VLT, pediu mais R$ 1,3 bilhão para entregar o modal de transporte.
Parte do relatório divulgado em janeiro, realizado pela empresa de consultoria KPMG, apontou que o valor do reajuste e reequilíbrio financeiro para a implantação do VLT é de R$ 176 milhões. O montante, corrigido pelo Índice Nacional de Custo da Construção, vai para R$ 426 milhões.
O relatório apontou também que, caso já estivesse funcionando, a tarifa integrada do modal com os ônibus que já circulam, seria a mesma praticada no transporte público na Grande Cuiabá: R$ 3,60.
VLT
A obra do metrô de superfície deveria ter ficado pronto a tempo da Copa do Mundo de 2014, realizada em junho e julho daquele ano.
O metrô de superfície deverá ser implantado em dois eixos em Cuiabá e em Várzea Grande, na região metropolitana: um do Aeroporto Marechal Rondon até o CPA (Centro Político Administrativo); e o outro entre o Coxipó e o Centro da capital.
Atrasos
De acordo com o estudo realizado pela KPMG, o atraso da obra foi causado pela lentidão nas desapropriações necessárias para implantar o VLT, que foram feitas sem projeto; pelo fato de a construção não ter sido implantada em três turnos, como previsto em contrato; e porque etapas da execução do projeto que não dependiam de desapropriações também não foram iniciadas.
A KPMG ainda constatou que o Consórcio VLT não apresentou projeto básico de desapropriação, como previsto em contrato, tendo entregue somente um traçado geométrico do estado, apesar do governo ter pago o projeto básico. No geral, as desapropriações, aponta o estudo, não terão grande impacto no andamento de retomada da obra, caso isso ocorra. Porém, dois pontos poderão ser críticos: a ponte do Rio Coxipó e a área localizada no Centro Histórico de Cuiabá.
Fonte: G1, Cuiabá, 26/09/2016