RIO – O prefeito eleito Marcelo Crivella confirmou nesta quinta-feira o vice-prefeito Fernando Mac Dowell como secretário municipal de Transportes. O engenheiro é o segundo nome confirmado na equipe do prefeito, que provavelmente, deve anunciar todo seu secretariado nesta sexta-feira.
Crivella adiantou que vai trabalhar no máximo com 12 ou 13 secretarias contra as 30 da atual administração. Segundo ele, o momento é de economizar para manter as contas públicas equilibradas.
— A ordem é não gastar até termos a dimensão exata dos compromissos assumidos pela atual gestão e que nós herdaremos. O município do Rio contraiu dívidas acima de R$ 10 bilhões nos preparativos para a Olimpíada. É claro que na ocasião nem a Câmara nem o atual prefeito sabiam que estávamos à beira de uma crise. Temos queda de arrecadação e dívidas a pagar. Só de juros e serviços da dívida são cerca de R$ 400 milhões em 2017. E também temos que honrar compromissos com Planos de Cargos e Salários bem como arcar com cerca de R$ 600 milhões para o pagamento de aposentados. Esses R$ 600 milhões são R$ 200 milhões a mais do que em 2016 — disse Crivella.
Planos de Mac Dowell incluem assumir metrô e reduzir velocidade no BRS
O vice-prefeito e futuro secretário municipal de Transportes, Fernando Mac Dowell, já faz planos para quando assumir a pasta em 1º de janeiro. Ele quer negociar com o governo do estado a municipalização da gestão das operações do metrô do Rio. Hoje, as linhas 1, 2 e 4 são operadas pela concessionária Metrô Rio que passariam a receber orientações da prefeitura. Mac Dowell defende que a operação do sistema seja revista de forma a ampliar o número de usuários. Para ele, a criação da Linha 1-A (que permitiu que as composições da Linha 2 do metrô operem entre a Pavuna e Botafogo) acabou criando um gargalo no sistema.
— Eu poderia ter 1,78 milhão de passageiros no sistema mas tem hoje cerca de 700 mil. Isso ocorre por limitações operacionais já que a linha 2 do metrô não dispõe de piloto automático.
Fernando Mac Dowell disse também que está analisando a possibilidade de reduzir para 40 quilômetros por hora a velocidade máxima dos ônibus que circulam atualmente pelos corredores de BRs. Nos corredores, a velocidade comercial é de 60 quilômetros por hora em média. Mas segundo o engenheiro, em alguns casos superam os 70 quilômetros horários. A velocidade que ele considera excessiva aumenta o risco de acidentes graves.
Outra proposta que está sendo estudada é que o usuário pague uma tarifa menor que a do bilhete único (R$ 3,80) nos corredores de BRTs.
Segundo ele, as concessionárias têm uma lucratividade maior nesses corredores exclusivos, sem que no entanto, isso se reflita no preço das passagens. Ele, no entanto, não estuda a hipótese de reduzir a velocidade nos corredores de BRTs.
O futuro secretário descartou a possibilidade de implantar rodízio de veículos na cidade como alternativa para reduzir engarrafamentos.
Fonte: O Globo, 15/12/2016