Artista recria primeira cena do cinema, em 360 graus, nos trens da SuperVia

A estação Central do Brasil e os trens da SuperVia serviram de cenário para a recriação, em 360°, da primeira cena do cinema mundial. O artista Fabiano Mixo utilizou técnicas atuais para captar imagens panorâmicas e criar a versão moderna do filme dos irmãos Lumière “A Chegada do trem à estação de La Ciotat”, primeira obra cinematográfica, apresentada ao mundo há 122 anos. Na ocasião, o público fugiu da sala do Grand Café de Paris, acreditando que a locomotiva sairia da tela. Dessa vez, espera-se que os espectadores se surpreendam ao serem colocados “dentro do filme”, através dos óculos de realidade virtual, disponibilizados na exposição “Cartas a Lumière”, que estará no Oi Futuro, no Flamengo, a partir de hoje (18/04), com entrada franca.

Para a criação do curta, foram necessários três dias de gravação no sistema de trens do Rio, pelo qual transitam cerca de 700 mil passageiros diariamente. Algumas câmeras foram acopladas nos modernos trens elétricos nacionais, adquiridos pela SuperVia e que entraram em operação em 2014. Elas captaram parte do trajeto das composições até a principal estação do Rio, a Central do Brasil. Outros equipamentos registraram a movimentação dos passageiros nas plataformas e estações, em referência aos trabalhadores também retratados pela emblemática cena do cinema.

“O cinema é uma das formas de retratar as sociedades e seus aspectos culturais, através do tempo. Assim como as locomotivas compunham a história do povo retratado pelos irmãos Lumière, os trens administrados pela SuperVia fazem parte da rotina e da vida da população fluminense nos dias atuais. Ficamos muito felizes em poder contribuir com esse projeto, que mostra essa realidade por meio de tecnologia contemporânea”, destacou o presidente da SuperVia, José Carlos Prober. 

 A escolha do cenário foi justificada pelo artista Fabiano Mixo, natural de Nova Iguaçu e que agora mora na Alemanha. “Eu escolhi os trens do Rio como cenário primeiro porque a estação Central do Brasil tem importância histórica, não só para o Rio, mas para todo o país. Ela já foi, inclusive, retratada pelo cinema brasileiro, no filme de Walter Salles que leva o nome da estação. Além disso, esse transporte já fez parte da minha rotina, quando eu ainda morava no Brasil”.

 Outra novidade do curta é que ele não teve um roteiro escrito previamente. Cada espectador criará a sua própria narrativa, na medida em que deslocar sua visão pelo espaço. Uma experiência virtual já muito utilizada em games, mas até então nunca explorada nas telinhas. 

 O filme mistura ficção e documentário e pretende mostrar a diversidade do público, diferentes texturas sonoras e histórias dos que passam pelo local. A exposição tem a curadoria de Alberto Saraiva e estará aberta ao público até o dia 18 de junho.      

 

Fonte: SuperVia, 18/04/2017    

 

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