O ex-deputado federal Valdemar da Costa Neto (PR) é alvo de um dos inquéritos abertos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) porque, de acordo com delatores da Odebrecht, seu grupo teria cobrado propina para garantir à empreiteira a execução de obra referente à Ferrovia Norte-Sul, conduzida pela empresa pública Valec.
O ministro relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, determinou a abertura de 76 inquéritos para investigar políticos e autoridades com base nas delações de ex-executivos da Odebrecht.
O inquérito que envolve Costa Neto apura os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Embora Costa Neto não tenha foro privilegiado, ele é parte do inquérito em que o deputado federal Milton Monti (PR-SP), detentor de foro, será investigado.
Procurada, a assessoria de Costa Neto informou que o Partido da República, como é do conhecimento do público, tem por norma não comentar conteúdos que serão objeto de exame do poder Judiciário.”
Segundo os delatores Monti teria atuado na cobrança de vantagem indevida, sendo a propina paga por meio do setor de operações estruturadas do Grupo Odebrecht.
Os executivos Pedro Augusto Carneiro Leão Neto e João Antônio Pacífico Ferreira informaram o pagamento de propina a agentes públicos em 2008 e 2009. Eles contaram que havia cobrança de propina de aproximadamente 4% sobre o contrato, dos quais, 3% eram destinados ao grupo político de Valdemar da Costa Neto, representado por José Francisco das Neves, então presidente da Valec e 1% destinado ao grupo político de José Sarney, representado por Ulisses Assada, diretor de engenharia da Valec.
A Procuradoria diz que os fatos associados ao grupo político de José Sarney são objeto de apuração na Justiça Federal em Goiás. Por isso, requereu a apuração no STF apenas de fatos que se referem ao grupo associado a Valdemar da Costa Neto, no qual Monti supostamente encontra-se inserido. Fachin destaca que merece prestígio, nesta etapa embrionária, a compreensão do Ministério Público, sobre a conveniência de manter Costa Neto na mesma investigação.
Fonte: G1, 19/04/2017