Estações de trem da SuperVia podem ficar sem segurança

As estações de trem da SuperVia poderão ficar, a partir de hoje, sem segurança particular. A concessionária rescindiu o contrato com a Ponto Forte Segurança e Vigilância, que não terá mais seus 120 profissionais prestando serviço nas plataformas. O motivo do fim do contrato foi uma briga judicial que envolve uma dívida milionária.

Este ano, o Sindicato dos Vigilantes e Empregados de Empresas de Segurança entrou com uma ação civil pública para exigir que a Ponto Forte pague os valores de verba rescisória de 103 profissionais que trabalhavam nas estações do Teleférico do Alemão e acabaram demitidos com o fim do contrato com a SuperVia. A concessionária, que tem dívida de R$ 2 milhões com a empresa, também foi acionada como ré no processo.

A Ponto Forte alega que não tem verba para as rescisões por causa da dívida da SuperVia. A Justiça do Trabalho determinou a penhora dos bens da concessionária no último dia 9, para que seja paga sua dívida com a empresa. Um dia depois, a SuperVia comunicou a empresa de vigilância sobre a rescisão do contrato para fazer segurança das plataformas de trem, alegando que a Ponto Forte não cumpriu com a obrigação de retirar a concessionária do polo passivo da ação civil pública.

— Foi uma retaliação, mas nós, da empresa, não temos poder para retirar a SuperVia do polo passivo da ação. Só a Justiça pode fazer isso — alegou o advogado Charles Moreira, que representa a empresa.

De acordo com Moreira, a empresa foi notificada sobre o fim do contrato na tarde de anteontem e, a partir de hoje, já não haverá mais funcionários seus fazendo a segurança das plataformas.

— Pelo que temos notícia, a SuperVia não contratou outra empresa para fazer esse serviço de segurança. Parece que tomaram uma decisão sem se preocupar com a realidade que vivemos no Rio. Deixar as estações sem nenhuma vigilância é, no mínimo, inadequado — acrescentou o advogado.

Ao longo dos anos, estações da SuperVia têm sido invadidas por traficantes, que vendem drogas nas plataformas. Assaltos a usuários também são constantes, assim como a interrupção do serviço por conta de tiroteios nas imediações das estações. Procurada, a SuperVia disse que não iria se pronunciar.

A concessionária informou que, a partir de segunda-feira, os banheiros das estações Central do Brasil, São Cristóvão, Maracanã, Engenho de Dentro, Madureira, Deodoro e Nilópolis não estarão mais sob sua responsabilidade. A concessionária firmou contrato de locação com a empresa Lavaggio, que vai cobrar R$ 2 pelo uso do sanitário. O acesso só será gratuito para deficientes e idosos. Com exceção da Central do Brasil, onde os sanitários abrem todo dia, as outras estações ficarão com os banheiros fechados aos domingos.

Fonte: Jornal Extra, 18/08/2017

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