A Linha 4 do metrô, que liga Ipanema à Barra, um dos principais legados da Olimpíada, amarga uma triste marca: com capacidade prevista para 300 mil passageiros por dia, o sistema tem atraído apenas a metade. Diante da baixa procura, a Secretaria estadual de Transportes e a concessionária Metrô Rio estudam medidas para encher os vagões. Um dos grandes entraves do transporte é o valor da tarifa, mas as autoridades não admitem, até agora, qualquer tipo de redução.
Desde que a Linha 4 foi aberta ao público em geral, em setembro do ano passado, logo após o fim dos Jogos, a concessionária e o BRT fizeram um acordo para oferecer desconto aos passageiros que usam os dois transportes. Em vez do valor cheio de R$ 8,10 (R$ 4,30 do metrô mais R$ 3,80 do BRT), o usuário da integração paga R$ 7 — um desconto de R$ 1,10. Ainda assim, a tarifa seduz pouco, uma vez que há linhas de ônibus que fazem o mesmo trajeto (Barra-Ipanema) por um valor menor: R$ 3,80.
DESCONTO, SÓ COM SUBSÍDIO
De metrô, o percurso é feito em cerca de 15 minutos, mas, em tempo de crise, a população está preferindo perder mais tempo no trânsito a desembolsar quase o dobro.
A redução do valor do bilhete poderia atrair mais passageiros, mas o BRT já adiantou que isso só seria possível com a ajuda do governo: “A integração entre os modais é resultado da renúncia das receitas das concessionárias envolvidas na operação. Com a perda diária de passageiros, a política de integração só tem condições de avançar se ocorrer o subsídio público”.
Para atrair mais usuários, a Secretaria estadual de Transporte informou que está estudando integrar outros transportes com a Linha 4. Hoje o Bilhete Único municipal não faz integração com o metrô. A Metrô Rio descarta a possibilidade de oferecer descontos, porque “o valor da tarifa está previsto no contrato de concessão e, portanto, não é determinado pela empresa”.
Fonte: O Globo, 25/08/2017
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