Maquinista da Supervia é agredido a pedradas por crianças

RIO — Um grupo de crianças atacou a pedradas um maquinista da Supervia, na altura na estação de Gramacho, na tarde desta segunda-feira. Segundo a Supervia, a vítima foi agredida ao descer na composição para retirar vários obstáculos que haviam sido colocados na linha férrea. O funcionário sofreu um corte do supercílio e foi levado para realizar uma avaliação médica. O para-brisa do veículo também foi atingido e quebrou.

O caso aconteceu por volta das 16h40m. Segundo a Supervia, o maquinista conduzia o trem, que seguia de Saracuruna até Gramacho, quando avistou deversos objetos nos trilhos. O homem foi atingido por várias pedradas, arremessadas por pelo menos quatro crianças, que estavam indevidamente na linha. Mesmo machucado, ele conseguiu conduzir a viagem até o final.

A concessionária informou que está apurando a identidade das crianças envolvidas no ataque e afirmou que vai registrar o caso na delegacia.

Para evitar casos como esse, a Supervia defende o isolamento completo da área restrita à circulação de trens, com a implantação do projeto “Segurança da Via”, do Governo do Estado. O objetivo é realizar a segregação total da linha férrea, com a construção de muros, passarelas e viadutos. A implantação dessa iniciativa depende do poder público, pois envolve soluções urbanísticas de acessibilidade, desapropriações e programas sociais.

36 VIAGENS A MENOS POR CAUSA DE VANDALISMO

Segundo a Supervia, só este ano já foram registradas 67 ocorrências de para-brisas danificados por pedradas: esse é um dos principais atos de vandalismo contra o sistema ferroviário. Os cem novos trens chineses em operação, inclusive, já sofreram esse tipo de dano.
A concessionária informou que crianças e adultos invadem a linha férrea ou se posicionam sobre passarelas e viadutos. No primeiro semestre de 2017, a Supervia gastou R$ 720 mil com a substituição de 60 para-brisas. A estimativa é que até o fim deste ano tenha sido gasto aproximadamente R$ 1,8 milhão com trocas já programadas dessas peças danificadas. No ano passado, esse valor foi de R$ 1,3 milhão.

De acordo com a SuperVia, a substituição de um para-brisa leva em torno de dois dias, ou seja, tempo que o trem fica na oficina. Nesse período, o veículo faz, em média 36 viagens, que representam 20 mil lugares a mais para passageiros

Quem e atira pedras e outros objetos contra o trem comete crime previsto nos artigos 163 e 260 do Código Penal Brasileiro e está sujeito a pena de três a 15 anos de prisão e multa:

“A SuperVia repudia ações como essas, que colocam em risco a segurança dos maquinistas e passageiros, prejudicam a operação dos trens e atrapalham o investimento de R$ 3,3 bilhões na revitalização do transporte ferroviário, juntamente com o Governo do Estado”.
Fonte: O Globo, 03/10/2017

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