Reduzir o espaço entre trens para que mais composições trafeguem pela mesma ferrovia; racionalizar a distribuição de mercadorias nos armazéns de um aeroporto; diminuir custos de operação e, ao mesmo tempo, aumentar sua eficiência. Essas são algumas das soluções apresentadas pelos expositores da 24ª Intermodal South America, uma das mais importantes feiras de logística, transporte de cargas e comércio exterior do País, realizada em março, em São Paulo.
Nesta edição, o evento, que reuniu mais de 400 marcas de 22 países, buscou abarcar todos os elos da cadeia logística. “Várias empresas que antes não traziam um portfólio completo neste ano trouxeram todos os seus produtos. Nosso expositor entendeu que temos um público que enxerga a logística de ponta a ponta”, comemora Renan Joel, diretor do portfólio de infraestrutura da UBM Brazil, responsável pela organização da feira.
Eficiência em todas as etapas
Participante de outras edições, a TOTVS, especializada em software, levou à Intermodal uma solução totalmente alinhada com o conceito da logística 4.0. Trata-se de uma plataforma integrada que reúne diferentes tecnologias. O produto é capaz de otimizar a eficiência operacional em todas as etapas do processo, promovendo ganho de tempo e redução de custos. “Quando você tem uma plataforma que gerencia esse big data e te dá os indicadores filtrados, consegue ter mais assertividade e segurança na informação, além de desburocratizar”, resume Luís Arthur Bogiano, gerente de estratégia para o segmento de logística da TOTVS.
Mais segurança
Já a MRS Logística, concessionária que opera ferrovias na região Sudeste, relatou melhora significativa em sua capacidade de transporte após implantar o sistema CBPC (Controle de Trens Baseado em Comunicação). “A comunicação com as locomotivas era arcaica, e uma composição precisava manter uma distância de nove quilômetros em relação às outras para garantir a segurança. Com o CBPC, reduzimos essa margem para três quilômetros. Assim, colocamos mais trens na mesma malha e ampliamos a produtividade”, explica Guilherme Alvisi, gerente-geral de negócios empresa.
No céu e no mar
Os modais portuário e aeroviário também vêm investindo em tecnologia para ganhar eficiência. A operadora portuária Wilson Sons, por exemplo, estruturou um centro de operações em Santos (SP) para monitorar, em tempo real, toda a sua frota de rebocadores. Com esses dados, ela consegue garantir que seus funcionários operem dentro das regras do setor. “Também mapeamos todas as áreas de perigo por onde transitamos. Se um rebocador passa próximo de uma delas, toca um alarme imediatamente, ele precisa parar ereportar o que houve”, aponta Jonathan Dumphreys, diretor comercial da Wilson Sons.
A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, que administra o terminal aéreo de Campinas (SP), investiu no sistema de gestão de armazéns WMS (Warehouse Management System), que vem otimizando todo o seu processo de estocagem. Por meio de um algoritmo, o programa aponta a melhor prateleira para cada tipo de carga, levando em conta o tempo que ela vai ficar armazenada e necessidades como segurança ou refrigeração. “Toda a indústria tem seu serviço principal, mas necessita dos secundários e terciários. A feira entendeu isso e trouxe ramos auxiliares que completam a cadeia logística”, destaca Marcelo Mota, diretor de operações da concessionária.
Sucesso de público
A nova cara da feira também agradou os visitantes. O brasiliense Adriano Andrade, da área de tecnologia
da informação, visitou o evento em busca de empresas que oferecessem soluções de logística 4.0. “Para que a gente desenvolva todas as nossas habilidades dentro do negócio, precisamos que esteja tudo integrado na nuvem com clientes e fornecedores.” Já Eduardo Reis veio da Flórida, onde vive e trabalha, para prestigiar a Intermodal. “Todos os anos, participo do evento. É uma oportunidade única, pois ele reúne os maiores players do setor em apenas um lugar.”
Fonte: O Estado de S. Paulo, 23/03/2018
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