Os moradores da zona rural de Magé, na Baixada Fluminense, estão sofrendo com a falta de transporte público. A Supervia fechou todas as estações da extensão que vai de Saracuruna até Guapimirim por questões de segurança.
Para quem vive na região, só resta o transporte por ônibus, que muitas vezes é caro e demorado. Eles reclamam da falta de opção e dizem que o problema tem impacto direto no desemprego da região.
A estação Santa Dalila atende cerca de quatro mil moradores. Desde 2011, quando assumiu a via férrea, a Supervia paralisou estações do ramal Guapimirim, que liga Saracuruna e Duque de Caxias a Guapimirim.
Os moradores contam que a estação de Iriri foi desativada há dois meses.
Na última terça-feira (3), um grupo colocou fogo em lixo e pneus pedindo a reabertura das estações.
“Na hora que um empresário for avaliar um currículo, ele vai perguntar: ‘Sua passagem custa quanto?’ Aí o morador daqui vai falar que paga R$ 30 por dia. E quem mora na cidade paga R$ 15. Quem ele vai empregar?”, destacou o pastor Walace Motta Santiago.
Sem alternativa, o passageiro é obrigado a desembolsar R$ 12 em uma viagem de ônibus até a Central do Brasil. A passagem de trem é pouco mais de um terço desse valor: R$ 4,20.
“A gente precisa do trem para ir trabalhar. O trem é a nossa oportunidade de ter dignidade, de sair de casa para trabalhar”, afirmou a dona de casa Elisângela Alves.
Mesmo sem oferecer o transporte, a Supervia realizou uma vistoria para avaliar as condições do ramal. Os moradores fizeram um abaixo-assinado e entregaram ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), mas ainda conseguiram o retorno dos trens.
O ramal Guapimirim tinha 18 estações. Desde que a Supervia assumiu o trecho, em 2011, seis estações pararam de funcionar. A concessionária afirmou que a operação será retomada logo após as condições de segurança serem normalizadas.
Fonte: G1, 09/07/2018