O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), engenheiro Luiz Antonio Cosenza e representantes de entidades ferroviárias estiveram na manhã desta terça-feira (14) em frente à Estação Barão de Mauá (Estação da Leopoldina).
O objetivo era averiguar as condições da antiga estação e tentar buscar soluções para que aquele patrimônio histórico possa ser revitalizado e restaurado.
Em completo abandono a estação apresenta pichações em toda sua fachada, vidraças quebradas, rebocos soltos e marquises deterioradas.
Localizado na Av. Francisco Bicalho, o prédio ainda chegou a ser ocupado pela Companhia Estadual de Engenharia de Transportes e Logística – Central, sendo a empresa posteriormente levada para Copacabana.
Após a mudança da Central para o outro endereço, o prédio caiu em total ostracismo e hoje ninguém quer pagar a conta e assumir a restauração do prédio tombado desde fevereiro de 1991 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural – Inepac.
De acordo com matéria do jornal O Globo, dia 02/08, na última decisão judicial de agosto de 2017, a 7ª Turma Especializada do TRF-2 determinou que a SuperVia — concessionária que administra o sistema ferroviário — instalasse suportes na marquise na entrada da gare para evitar desabamentos. O que presenciamos hoje foram pedaços de troncos de madeira para sustentar a marquise da entrada principal. Corroída pela ferrugem e com os troncos envergados, o presidente do Crea-RJ constatou o perigo que ela representa, já que o local virou ponto de ônibus.
Ficou determinado também, que a União e a Central Logística, consideradas coproprietárias do prédio, deveriam instalar uma de rede de contenção na fachada, em caráter emergencial, para evitar riscos de quedas de reboco. A rede também se deteriorou com o tempo.
Ainda, de acordo com a matéria do Globo, segundo o TRF-2, a Central entrou com um recurso alegando que só poderia iniciar os trabalhos de restauração após uma autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan – e do Inepac, logo que o imóvel, construído no início do século XX, é tombado. Depois de enviar vários ofícios à Central perguntando sobre a obra, o procurador federal Sergio Suiama soube que o Iphan deu autorização para a obra em dezembro do ano passado.
Incrédulo e impressionado com o aspecto do local onde ele já trabalhou e vivenciou um cenário totalmente diferente do atual, o engenheiro Luiz Cosenza olha com tristeza o local e lembrou: “a história do país passa por aqui”.
O presidente do Crea-RJ, os diretores da Associação de Engenheiros Ferroviários – Aenfer – Helio Suêvo e Alexandre Almeida e membros da Associação dos Engenheiros da Estrada de Ferro Leopoldina – AEEFL – tentaram entrar na estação para poder ver de perto o estrago no interior da estação. Mas, como não foi agendada, nem protocolada uma visita oficial, a Secretaria Estadual de Transportes do Estado do Rio de Janeiro não permitiu a entrada e agendou daqui a dois meses o retorno para que as entidades possam verificar a parte interna do prédio.
Aenfer, 14/08/2018
Veja também reportagem da TV Globo