‘Trilha do Voto’: Transporte sobre trilhos no Grande Rio perdeu quase 60 milhões de passageiros em um ano

De 2016 a 2017, quase 60 milhões de fluminenses deixaram de viajar nos trilhos que cortam, na superfície ou sob a terra, o Grande Rio. No metrô, a queda foi de 38 milhões de passageiros, ou 15%; na SuperVia, a baixa foi de 20 milhões, ou 11%.

Expansões paradas, superlotação e precariedade são alguns dos problemas citados pelos passageiros. No metrô, por exemplo, faltam só quatro quilômetros para a Linha 2 chegar, via Estácio, à Carioca – onde existe uma ‘plataforma-fantasma’. A obra está parada. A novíssima Linha 4 também aguarda a retomada dos trabalhos para chegar à Gávea.

Esta semana, o Bom Dia Rio, o RJ1 e o G1 estão levando ao ar a série “Trilha do Voto”, em que os maiores problemas do estado em diferentes áreas são mapeados e mostrados onde a situação é pior. O especial já falou de segurança (segunda, 13); emprego (terça, 14); educação (quarta, 15); e saúde (quinta, 16).

Linha 3

Outra extensão do plano original é Linha 3. Inicialmente cruzaria o fundo da Baía de Guanabara e, na forma mais recente, foi prometida com 19 estações – ligando as barcas, em Niterói, até Itaboraí, passando por São Gonçalo.

O auxiliar administrativo José Carlos Policarpo gasta quase duas horas por dia para ir de São Gonçalo até a Praça 15, no Centro do Rio. A Linha 3, para ele, faz falta. “Ia melhorar muita coisa mesmo. Faz você perder menos tempo, ia ter mais tempo pra família…”

Trens

Oito ramais, com 102 estações, ligam o Rio à Baixada Fluminense. No Ramal de Guapimirim, que a SuperVia passou a operar em troca de uma prorrogação do contrato de concessão, seis estações estão fechadas. Onde funciona, o único trem que passa é uma locomotiva.

“É uma questão de bom senso”, diz o almoxarife Roque Rimes. “Em três minutos, as pessoas entram, e o trem parte”, emenda. “Eu me sinto lesado.”

O Ramal de Belford Roxo também é alvo de reclamações. “Tem dia que é brabo, tem dia que não tem trem”, diz a doméstica Maria das Graças Dias. “Tem hora que o trem quebra no meio da estrada, aí você se vira pra chegar até o Centro”, emenda.

Ônibus Intermunicipais

A malha rodoviária que liga municípios conta com 1.204 linhas, e a maioria, 655, roda no Grande Rio. Apenas seis estão licitadas. O resto funciona graças a permissões provisórias que viraram quase permanentes.

Na confusão das centenas de linhas, há uma infinidade de preços – e o passageiro tem que contar com a sorte para pegar o mais barato na hora que precisa.

“Eles botam o pior ônibus que tem na linha. Eu fico com dor de cabeça, que eu tenho problema de nervo. A cabeça chega a tremer de tanta dor”, lamenta Cacilda Antonia da Silva Dias, que depende do transporte intermunicipal para ir de Nova Iguaçu ao Rio.

Mesquita, na Baixada, não tem frota própria. Então, os moradores dependem dos ônibus intermunicipais. “Não passa no horário, não vem, quando vem, vem quebrado, a gente para no meio do caminho e fica esperando outro…”, narra a estudante Gabriela Santos.

Outro lado

Em relação à Linha 4, a Secretaria de Estado de Transportes informa que, em ação civil pública, o Ministério Público obteve liminar que impede o estado de retomar a obra. “Enquanto essa questão judicial não é superada, o estado apresentou argumento de defesa junto ao TCE, em meados de 2017, para que fosse finalizada a auditoria e o relatório preliminar pudesse ser reanalisado pelo corpo técnico do órgão. O procedimento já foi feito, porém o processo encontra-se no Ministério Público de Contas, órgão afeto ao TCE, desde junho deste ano”, explica, em nota.

Já a expansão da Linha 2 via Carioca não tem data nem identificação de fonte orçamentária.

Fonte: G1, 17/08/2018 

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