Depois de mais de 20 anos guardadas no depósito da Luz, em São Paulo, três locomotivas elétricas voltarão aos trilhos neste domingo (13) numa viagem rumo à preservação, em Cruzeiro.
A transferência das locomotivas à cidade do interior, distante 219 quilômetros da capital, será concluída em quatro etapas, cada uma delas percorrida em um dia.
O início da viagem será à 0h30 deste domingo, quando deixarão a Luz, rebocadas, e irão até o pátio de Manoel Feio, em Itaquaquecetuba.
Na segunda-feira (14), as locomotivas iniciarão às 8h a jornada até São José dos Campos. No mesmo horário, no dia seguinte, partirão da cidade rumo a Roseira, no maior trecho da viagem (73 quilômetros).
A transferência das locomotivas será concluída na quarta-feira (16). Elas sairão às 8h de Roseira rumo ao pátio de Cruzeiro, onde ficarão sob a guarda da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária).
A estimativa, segundo o presidente da ABPF, Bruno Crivelari Sanches, é a de que o último trecho da viagem seja percorrido em ao menos cinco horas, por questões de segurança.
A velocidade máxima na viagem será de 30 quilômetros por hora na via principal, mas em pátios e em alguns trechos será inferior a 10 quilômetros por hora.
Isso acontecerá devido às restrições dos trens, que vão parar em todos os pátios para inspeção.
As máquinas, fabricadas entre as décadas de 40 e 50, estavam abrigadas no depósito da Luz desde 2008. Duas delas foram fabricadas pela General Electric e usadas inicialmente pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro, uma das ferrovias que originaram a Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.), em 1971. Ficaram nos trilhos até 1998.
A outra é uma inglesa, produzida pela English Electric e que foi utilizada inicialmente pela antiga EFSJ (Estrada de Ferro Santos-Jundiaí) e permaneceu nos trilhos até 1996.
A operação envolve a concessionária do trecho ferroviário, MRS Logística, e a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).
As três locomotivas foram inspecionadas, lubrificadas e tiveram os sistemas limpos para que pudessem ser rebocadas por outras máquinas até o destino.
Além das três, outras três locomotivas nas mesmas condições serão transferidas posteriormente à ABPF e ao IMF (Instituto de Memória Ferroviária), com sede em Rio Claro, também no interior paulista.
Uma delas será levada para a unidade da ABPF na própria capital, para preservação no pátio da Mooca, e outras duas serão rebocadas para Rio Claro.
Em Cruzeiro, os trens farão parte de um acervo com 10 locomotivas elétricas e 8 a vapor, além de 14 carros de passageiros. Do total, duas pequenas locomotivas usadas para serviços de manobra e no pátio estão operacionais. Há uma outra passando por restauro.
A cidade faz parte da regional Sul de Minas da associação, que inclui o Trem de Guararema e o Trem da Serra da Mantiqueira, que já voltaram aos trilhos depois de cinco meses parados por conta da pandemia do novo coronavírus.
Fonte: https://sobretrilhos.blogfolha.uol.com.br/2020/09/12/ap…
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