Estratégia para não sair dos trilhos

Assim como na vida, o que separa os homens dos meninos no mundo dos negócios é a capacidade de enfrentar os desafios. A VLI, uma das maiores empresas de logística do País, passou no teste, mesmo diante das incertezas econômicas em 2019 e da paralisação de grande parte das atividades econômicas em 2020. No ano passado, a companhia mostrou eficiência e solidez, com recordes de receita e Ebitda, que teve aumento de 15% em relação ao ano anterior. De janeiro a dezembro do último exercício, foram movimentadas 57 milhões de toneladas em ferrovias e 42 milhões de toneladas em portos. Essa conquista, que se deu em meio ao processo de substituição de sua liderança, fez da empresa a campeã no setor segundo os critérios do anuário AS MELHORES DA DINHEIRO 2020. “O último ano foi um período de grandes aprendizados”, afirmou Ernesto Pousada, diretor-presidente da VLI. A partir de um plano de investimentos de R$ 9 bilhões nos últimos anos, a empresa ampliou o Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), na Baixada Santista, e construiu terminais multimodais em Minas Gerais, Tocantins e São Paulo, além de aprimorar a malha ferroviária e adquirir novas locomotivas e vagões. O objetivo da injeção bilionária de recursos é extrair a máxima eficiência possível do sistema.

Embora muitas fábricas tenham fechado as portas durante a fase mais aguda da crise sanitária, reduzindo drasticamente a demanda por logística de produtos, a VLI se beneficiou pelo fato de ser fundamental para o abastecimento de atividades essenciais, que não foram paralisadas por conta da pandemia. “Como temos uma função social, que é transportar as cargas que são matérias-primas para diversos produtos para a população brasileira e mundial, adotamos todos os cuidados necessários para preservar a saúde dos empregados e parceiros”, disse Pousada.

A VLI manteve um alinhamento com os clientes para prover as soluções que o período exigia. Enquanto um reduzia a movimentação, outro aumentava o volume e um terceiro identificava oportunidades com exportação – assim, a companhia focou em entender os desafios de trabalhar seguindo as recomendações de saúde. A importância da logística brasileira no enfrentamento das dificuldades fica clara no agronegócio

“Nossa prioridade é continuar contribuindo com o desenvolvimento da infraestrutura brasileira, otimizando nossa base de ativos, integrando modais, conectando a cadeia logística de nossos clientes e participando de iniciativas que possam alçar a logística a um novo patamar” Ernesto Pousada, diretor-presidente da VLI.

No primeiro semestre, só a VLI movimentou mais de 12,5 milhões de toneladas de grãos e açúcar, 14% a mais do que no mesmo período de 2019. “O momento mais difícil pode ter passado. Gradativamente, os diversos setores econômicos estão respondendo ao impacto”, disse o executivo. A estratégia da VLI para preservar os negócios dentro dos trilhos começou logo em março, quando a empresa definiu três pilares de atuação: cuidar das pessoas, manter as operações e auxiliar a comunidade. Era consenso entre os executivos da empresa que seguir essas diretrizes seria uma contribuição para o País. Com cerca de 7,5 mil empregados próprios, a VLI firmou o compromisso de manter os empregos durante a crise. Todas as atividades da companhia (em escritórios, ferrovia, portos e terminais) foram adaptadas à nova realidade. Aproximadamente 2 mil pessoas passaram a trabalhar em home office, com ajustes de escalas operacionais. No front externo, a VLI elaborou um pacote de ajuda humanitária de cerca de R$ 7 milhões para auxiliar oito estados, dezenas de cidades e milhares de pessoas. A empresa doou equipamentos para profissionais de saúde, cestas básicas e kits de limpeza para caminhoneiros e comunidades. Em algumas regiões, estimulou a economia local com a doação de insumos para produção de máscaras de tecido. Os itens foram comprados e distribuídos gratuitamente.

Paralelamente, estreitou o contato com os clientes para identificar como o serviço poderia auxiliá-los diante da adversidade. “Novas rotas, novas demandas. Cada setor pede soluções diferenciadas”, disse Pousada. Neste ano, a empresa está finalizando uma expansão que aumentará a capacidade da rota de açúcar. Em parceria com a Tereos, a VLI terá dois novos armazéns, um no terminal de Guará, interior de São Paulo, e outro no Tiplam. “Nossa prioridade é continuar contribuindo com o desenvolvimento da infraestrutura brasileira, otimizando nossa base de ativos, integrando modais, conectando a cadeia logística de nossos clientes e participando de iniciativas que possam alçar a logística a um novo patamar”, afirmou Pousada.

Fonte: istoedinheiro.com.br/

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