O prefeito Eduardo Paes anunciou, nesta quarta-feira, que o VLT deve ser estendido até o terreno do Gasômetro, na Zona Portuária do Rio, com o objetivo de integrar o sistema ao BRT Transbrasil. A medida seria uma solução técnica mais fácil do que levar o BRT Transbrasil até o Centro da capital fluminense.
— A gente queria começar as obras em março, mas, com a revisão do projeto para corrigir problemas, em razão desses ajustes, vamos aguardar um pouco. Mas a meta de acabar as obras do Transbrasil no fim de 2022 está mantida — disse o prefeito.
A ideia inicial era que o Transbrasil chegasse até o Centro do Rio, mas há questões técnicas que dificultaram a definição do trajeto final, acrescentou Paes.
Segundo a secretária municipal de Transportes, Maína Celidonio, a proposta do plano de recuperação do BRT prevê a extensão do VLT por um trecho de cerca de um quilômetro. Com isso, o usuário do BRT desembarcaria no terminal em frente ao Inca, no Caju, e seguiria até o terminal do VLT do outro lado no Gasômetro. O projeto conceitual prevê que seria construída uma passarela de acesso entre as duas estações.
— A prefeitura ainda não tem o valor do novo terminal, e nem se ele será construído com recursos públicos ou privados. Hoje já existe um ponto do VLT na rodoviária, junto a um dos acessos dos ônibus. Mas seria muito difícil para o usuário chegar até lá por conta do movimento no entorno da rodoviária — explicou ela.
Maína disse ainda que a prefeitura está revendo outros detalhes do projeto do BRT Transbrasil. Um dos pontos será a implantação de quatro novas estações entre Deodoro e o Trevo das Margaridas, o que havia sido suprimido do projeto no governo passado.
Outra questão é que o piso será em concreto e não em pavimento comum, como o previsto inicialmente.
— Ter parte do projeto sem ser em concreto era repetir o erro que cometi na Transoeste e assumi —disse Paes.
Maína destacou que também estão sendo projetadas melhorias urbanísticas na Avenida Brasil.
Processo de licitação complexo
Paes admitiu que o processo licitatório do BRT é complexo. O prefeito reafirmou que a intenção é fazer uma nova licitação do serviço e lembrou que havia se comprometido a rever o planejamento dos serviços de transportes.
— As áreas de transportes e saúde foram as piores nos quatro anos do meu antecessor. O BRT foi destruído, as vans não foram licitadas, as linhas de ônibus sumiram — disse o prefeito.
A previsão da prefeitura é que o projeto que pede autorização para investir no BRT deve ser votado nesta quinta-feira na Câmara dos Vereadores do Rio.
— Queremos um modelo sólido que não possa ser destruído por prefeitos incompetentes no futuro. Isso é o mundo ideal, talvez não seja assim. Mas é o modelo que temos que pode melhorar a vida das pessoas — disse Paes.
A conta dos R$ 133 milhões de investimento não inclui a reforma da calha do Transoeste para a substituição de parte do piso em asfalto para concreto. E nem reformulação do dimensionamento de algumas estações, como Magarca e Mato Alto. Ainda não está definido se o investimento nas estações será público ou privado. Apesar de a intervenção durar seis meses, Paes disse que ela deve ser renovada. Isso porque a licitação para ser realizada deve durar mais tempo.
— E vai ser um processo demorado de licitação. O que há de posição é que os atuais operadores não voltam — disse Paes.
O prefeito admitiu ainda que não pode evitar aglomerações nos ônibus, porque no rush essa é uma realidade em qualquer lugar do mundo.
Fonte: extra.globo.com, 07/04/2021
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