Dia 30 de abril é o Dia do Ferroviário e a Aenfer homenageia todos aqueles que fazem parte da nossa história, que contribuíram ou ainda contribuem para o desenvolvimento dos transportes sobre trilhos, num país onde pouco se investe em ferrovias, seja pela falta continuidade nos projetos de planejamento logístico ou mesmo falta de vontade.
A seguir, uma poesia do associado da Aenfer, engº Maurício Gomes de Souza Fernandes, feita em 2014, que retrata o cenário da ferrovia brasileira.
A FERROVIA DESDENHADA
(A TRISTE REALIDADE DAS ESTAÇÕES FECHADAS)
Viajando por este país,
o que nos chama a atenção
é um estranho sentimento,
que cada um certamente tem,
pela falta da opção pelo trem.
A pergunta que se faz
é quando circulando por aí,
vemos nas cidades do interior,
uma estação ferroviária abandonada,
ou ainda patrimonialmente conservada
como símbolo de uma época passada:
qual seria a razão para tal?
porque a ferrovia foi desdenhada?
Em país de uma enorme extensão,
o que nos causa maior decepção
é a ausência da participação
do transporte sobre trilhos
como apoio ao deslocamento
da quase totalidade da população.
Trocar o leito de uma via sobre trilhos
por uma camada de asfalto,
muitas vezes esburacada?
Que lógica há nisso?
Maior se torna a apreensão
quando nas estatísticas oficiais
nos deparamos com um alto índice
de acidente nas estradas,
ceifando tantas vidas
obrigadas por falta de alternativas
a viajar quase exclusivamente
apenas por rodovias.
Diante de uma tal realidade,
só existe apenas uma certeza…
é que,
ao olharmos a velha estação,
temos a plena consciência
de que a viagem por trem,
pela sua ausência,
nos tira a oportunidade
de curtir a felicidade
de podermos passar bons momentos,
apreciando a paisagem
com segurança e tranquilidade,
tornando mais humano
o nosso caminho
em direção à eternidade.
Maurício de Souza 29/agosto/2014
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