Há problemas nas ferrovias que, por mais que as equipes das concessionárias atuem, não conseguem solucionar, o que as obriga a buscar respostas no mercado.
Como garantir informações atualizadas de rastreamento dos veículos ferroviários? Como eliminar restos de carga concentrada nos vagões? Como realizar manutenção em túneis com restrição de acesso? Como viabilizar a manutenção da via numa região com restrição de circulação de pessoas?
Para tentar encontrar soluções para esses quatro desafios, a concessionária MRS Logística lançou um programa de inovação aberta, que receberá até o dia 30 propostas de startups, universidades, empresas e especialistas no setor.
A concessionária fez uma parceria com a Neo Ventures para lançar o Open MRS, que busca ideias ou soluções para esses problemas com o objetivo de construir a “logística do futuro”, com abordagens criativas para as demandas.
Elas serão apresentados à empresa, que as avaliará e, se encontrar viabilidade na proposta, fechará contrato com as empresas ou universidades participantes, custeando a implantação –que depois poderá ter continuidade para adotar a solução em larga escala.
“É voltado para ajudar a gente a resolver desafios relevantes para nós e também para o setor ferroviário, pensando na importância que a logística tem para o Brasil. Basicamente é um programa que envolve startups e universidades para poder ajudar a gente de fato a inovar para os desafios para os quais a gente não tem resposta”, disse o gerente de gestão da inovação da MRS, Gabriel Serpa.
Os problemas são considerados alguns dos mais difíceis e que já são enfrentados pela concessionária há muito tempo. Várias soluções foram tentadas, mas nenhuma conseguiu resolver de maneira definitiva.
“Dois deles têm muito a ver com uma necessidade recente que a gente teve, de operar dentro de uma região onde não podemos entrar com pessoas e de fato muito relevantes nesse aspecto”, disse Serpa.
Segundo ele, por muito tempo a concessionária inovou por conta própria, mas desenvolver ideias em colaboração pode ser mais vantajoso para todos os envolvidos.
“Nem todas as pessoas brilhantes do mundo estão em nossa empresa, há gente brilhante fora, que ajuda a alcançar novos patamares. Vimos um amadurecimento nosso e também iniciativas em todos os setores da sociedade, valia a pena buscar esse apoio da sociedade.”
Até aqui, a concessionária já foi procurada, conforme o gerente, por embaixadas de países europeus e empresas de outros países, com propostas para a colaboração.
Desafios do tipo já foram lançados pelo setor ferroviário, como um em que a concessionária Rumo buscava soluções para melhorar a segurança nos cruzamentos entre a linha férrea e vias urbanas, as chamadas passagens em nível.
As duas, Rumo e MRS, com a VLI, lançaram também um programa para melhorar a eficiência na comunicação no porto de Santos, o principal do país.
Guilherme Delgado, gerente geral de transformação digital da MRS, disse que os problemas foram escolhidos para o programa de inovação por serem complexos.
Um dos trechos fica no entorno de Congonhas (MG), na frente norte da Ferrovia do Aço, de acordo com ele. “Não é uma iniciativa isolada, teremos esse programa de forma contínua. É o primeiro, mas teremos outros editais na frente”, disse Delgado.
A seleção dos projetos acontecerá até o dia 10 de junho.
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