Associação contra estação virar Cidade da Cerveja

Associação Fluminense de Preservação Ferroviária é contra Estação Leopoldina virar Cidade da Cerveja

Foto: Ricardo Lafayette

 

Nesta quinta-feira, 24/03, a jornalista Berenice Seara, do Extra, publicou em sua coluna que existe a possibilidade de a Estação Leopoldina virar a Cidade da Cerveja. O plano agradou alguns políticos, mas não foi bem aceito pela Associação Fluminense de Preservação Ferroviária (AFPF).

Segundo o texto de Berenice, o Governo do Estado do Rio de Janeiro desistiu de promover qualquer ação na Estação. Com isso, o ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e hoje secretário de Assuntos Federativos da Presidência da República, André Ceciliano (PT), passou a articular a cessão do imóvel ao município do Rio. Em reunião em Brasília, o vereador Rafael Aloisio Freitas (Cidadania) sugeriu que histórico prédio abrigue a Cidade da Cerveja. A ideia foi bem recebida por Ceciliano na Capital Federal e será encaminhada ao prefeito Eduardo Paes (PSD).

A Cidade da Cerveja é um projeto pelo qual Aloisio Freitas vem lutando há um tempo. No ano passado, o DIÁRIO DO RIO publicou uma matéria sobre a proposta, que consiste em um espaço totalmente destinado aos apreciadores, produtores e vendedores.

Aloisio conta que as inspirações para o desenvolvimento do espaço são a “Cidade do Samba e a Cidade das Artes, que são temas inerentes à cultura carioca assim como a cerveja, a inspiração é ter um local com a cara do Rio e que gere empregos, desenvolvimento local e turismo”.

Diferentemente de André Ceciliano, a Associação Fluminense de Preservação Ferroviária não gostou do projeto. “Por que uma Cidade da Cerveja numa estação ferroviária? Com tantos lugares na Cidade com tradição boêmia e uma boa gama de bares e restaurantes, fazer uma Cidade da Cerveja num equipamento voltado ao transporte público é um contrassenso. É até uma iniciativa de se fazer alguma coisa, mas não no local adequado”, disse Ricardo Lafayette, presidente da AFPF.

Lafayette ainda detalhou: “Como que um governo que reconhece os problemas de transporte público na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, dos problemas nos trens operados pela Supervia e da dificuldade do carioca em se deslocar pela Cidade, e mesmo assim ele desiste da Leopoldina? Como que o governador Cláudio Castro não mata no peito a questão, tendo em caixa um superavit de 6 bilhões de reais, e não recupera o prédio da Leopoldina e refaz as ligações férreas entre a área das plataformas e São Cristóvão, onde se necessita de apenas 1 km de trilhos? Como que o Rio de Janeiro continua dando as costas para a segunda estação ferroviária em importância na Cidade? Um prédio histórico, com uma gare ferroviária pronta e que uma vez recuperada, poderia dividir com a estação da Central do Brasil o tráfego de trens metropolitanos dos diferentes ramais da Supervia. Uma estação que completará 100 anos em 2026, e que poderia estar integrada aos VLTs, que na linha da Rodoviária estão apenas cerca de 400 metros de distância (do outro lado da Avenida Francisco Bicalho), 500 metros da estação (da linha 2) do metrô da Cidade Nova e a 1 km do futuro Terminal Gentileza?”

Fonte:diariodorio.com, 24/03/2023

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