A estação inicial da Leopoldina Railway foi inaugurada em 1926. Bons tempos da Gare da Leopoldina de épica característica inglesa. Um belo saguão imponente com colunas toscanas sustentando o teto em abóboda que exigiu uma fabulosa claraboia que fornece luz natural. Cinzeiros de bronze, banheiros limpos, quiosques redondos de madeira escura. Portais em arcos, relógios exibindo a hora certa (coisa de inglês), confortável sala de espera para os passageiros, charutaria, restaurante e bares.
Era o terminal de embarque e desembarque de trens de subúrbios para Vila Inhomirim que contemplava a manobra para Petrópolis e para Guapimirim. Trens expressos para Friburgo via Porto das Caixas, Campista (Cacique) até Cachoeiro de Itapimirim e através de baldeação para Vitória no Espírito Santo, o trem denominado “Inconfidente” para região da Zona da Mata Mineira e Automotrizes diretas para Macaé e Campos dos Goytacazes.
A máquina do tempo é cruel, o sonho acabou e um amargo pesadelo aconteceu.
Há muitos anos, a AENFER procurou defender junto às autoridades governamentais a nível municipal, estadual e federal através de ação judicial, denúncias e cartas com argumentação técnica no que se refere ao resgate da identidade do Complexo Ferroviário da Leopoldina, onde poderia voltar a ser um terminal multimodal (trem, ônibus, VLT e metrô), visando a melhoria da combalida mobilidade urbana no Estado do Rio de Janeiro, como também poderia ser um terminal de trens regionais, turísticos e quem sabe o futuro TAV- Brasil.
Apesar der ser o berço da ferrovia no Brasil, o trem no nosso estado não é um símbolo de integração nacional e a ferrovia deveria ser planejada em benefício do passageiro, e não em benefício de grupos políticos que tem outros interesses.
Autor: Vice-presidente da Aenfer – Engenheiro Helio Suêvo Rodriguez