Além dos R$ 12,6 bilhões em recursos públicos que serão investidos no cais santista durante o período 2024-2028, o Plano Estratégico do Porto de Santos também contempla investimentos privados da ordem de R$ 8,7 bilhões. Desse montante, R$ 2,88 bilhões vão custear dez projetos que já estão em andamento. Os outros R$ 5,88 bilhões serão aplicados em 11 obras que ainda não entraram na fase dos trabalhos de campo, mas que serão iniciadas nos próximos anos, durante a vigência do Plano Estratégico. O detalhamento desses novos empreendimentos foi apresentado pelo diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, na última segunda-feira, durante passagem do Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, pela Cidade.
Dentre os empreendimentos que já estão em andamento, ainda que em fase burocrática, o maior investimento será na Ferrovia Interna do Porto de Santos (FIPS), que receberá aporte de R$ 1 bilhão. O objetivo é estruturar a malha ferroviária para a crescente demanda pela movimentação de graneis, especialmente grãos, como soja e milho.
Atualmente, a capacidade dos trilhos está perto da saturação, com 94% de utilização, e a projeção é expandir o transporte de cargas no complexo portuário das atuais 50 milhões de toneladas/ano para 115 milhões de toneladas/ano. Esse é o volume que será trazido até 2030 pelas locomotivas que transitam pelas ferrovias que chegam a Santos.
Desde 1º de outubro do ano passado, a operação da FIPS está sob a administração da nova cessionária, que reúne a Ferrovia Centro Atlântica (VLI), a MRS Logística S/A e a Rumo S/A.
E o pacote de obras inclui um pátio ferroviário entre o canal 4 e a Ponta da Praia, dotado de três vias férreas para atendimento aos terminais de celulose, além de viadutos para eliminação de passagem de nível na região do canal 4-Marinha, passarelas de pedestres entre o canal 4 e Ponta da Praia, a chamada ‘pera’ ferroviária, dois viadutos e passarela na região de Outeirinhos, e um novo viário na margem direita do Porto, no bairro do Saboó.
O segundo maior investimento nesse de rol de projetos já em execução será feito pela Santos-Brasil, que fará um aporte de R$ 791,4 milhões nos próximos anos para ampliar sua capacidade de movimentação de contêineres.
A lista apresentada pela APS na última segunda-feira inclui obras em curso no TES (R$ 220 milhões), na Rumo (R$ 172,3 milhões), na ADM do Brasil (R$ 164,8 milhões), na Bracell STS 14ª (R$ 144 milhões), na Hidrovias STS 20 (R$ 114,3 milhões), na Eldorado STS 14 (R$ 105 milhões), no XXXIX (R$ 52,7 milhões) e na Ageo Norte (R$ 39,3 milhões).
OBRAS A INICIAR.
O Plano Estratégico 2024-2028 também elencou 11 projetos cujas obras ainda não estão andamento. Esses investimentos somam R$ 5,88 bilhões, com destaque para a mudança do Terminal de Passageiros da Concais da região de Outeirinhos para o bairro do Valongo, no Centro Histórico de Santos. Só essa obra vai consumir R$ 1,4 bilhão e o termo de permuta das duas áreas deverá ser assinado em junho. O estudo de viabilidade (EVTA) foi concluído em 2023.
Também merecem destaque os investimentos futuros no STS 08 (Cofco), que devem somar R$ 764,8 milhões; no STS 08A (Alemoa), com aporte de R$ 678,3 milhões; no STS 53, com capital de R$ 659 milhões; no Ecoporto, no valor de R$ 492,9 milhões; no STS 08 (Petrobras), ao custo de R$ 491,5 milhões; e na BTP, que soma R$ 500 milhões.
A transferência dos terminais da Marimex do Macuco para o Valongo está em vias de começar, com investimento previsto de R$ 350 milhões. O TRA Saboó deverá receber um aporte de R$ 340 milhões, o STS 13A (Adonai) terá obras orçadas em R$ 110 milhões, e o TRA (margem esquerda) custará R$ 100 milhões.