CBN RIO – Uma consultoria especializada entregou à Justiça, nessa quinta-feira (27), um laudo que aponta que a Supervia só tem condições de operar os trens do estado do Rio até o fim de agosto. O documento, formulado pelas empresas Tostes Consultoria Limitada e Alternativa Soluções e Projetos Financeiros Limitada, ainda comprovou a insolvência da concessionária – o que ignifica que o devedor, a Supervia, tem dívidas superiores aos rendimentos. A companhia está em recuperação judicial desde 2021.
Os observadores constataram ainda que, para a empresa ter sobrevida até o final do ano, precisa de um aporte financeiro de R$ 120 milhões. E para que os serviços sejam prestados em 2025 serão necessários cerca de R$ 220 milhões.
Presidida pelo juiz Victor Agustin Torres, em exercício na 6ª Vara Empresarial, a audiência contou com as participações dos representantes do Governo do Estado, Ministério Público do Rio de Janeiro, SuperVia, além dos observadores especializados.
Em maio, a SuperVia afirmou à Justiça que só tinha condições de manter as operações até o mês de julho e cobra do Estado indenizações de mais de R$ 2 bilhões, em valores corrigidos. Do outro lado, o governo afirma que é a SuperVia quem é a devedora e não fará aportes de dinheiro.
Ainda em março, o secretário estadual de Transportes, Washington Reis, disse que governo se prepara pra assumir as operações dos trens e, depois, abrir uma nova licitação. A promessa era de que até agosto uma nova concessionária assumisse o sistema ferroviário urbano. No entanto, no último dia 18, a Vara de Fazenda Pública da Capital concedeu liminar ao Estado que obriga a SuperVia a manter o serviço de transporte por mais seis meses.
No meio dessa novela, ainda em junho, o governo apresentou um plano de contingência pra um possível fim do contrato da concessão dos trens. A proposta admite que o Estado não tem estrutura suficiente para administrar o modal ferroviário e precisaria contratar empresas terceirizadas.
E o estado afirmara que teria condições de assumir os trens, com gastos mensais de R$ 8 milhões.
Fonte: CBN, 28/06/2024
Por Leonardo Rezende — Rio de Janeiro