Estação será reformada por quem construiu ciclovia

Tempo Real – A empreiteira Concrejato, integrante do consórcio responsável pela construção da Ciclovia Tim Maia, que desabou em 2016, vai realizar mais uma grande obra sob gestão do prefeito Eduardo Paes (PSD). A empresa venceu a licitação para a reforma da Estação Barão de Mauá, na Leopoldina, Região Central do Rio.

O governo municipal homologou o resultado da licitação na última segunda-feira (24). A despesa autorizada é de R$ 72,3 milhões. Diante da apreensão provocada pelos desabamentos na ciclovia na Avenida Niemeyer, a vereadora Teresa Bergher (PSDB) cobrou que a empreiteira seja mais cuidadosa em sua próxima obra no município.

“A Concrejato foi uma das responsáveis, em consórcio com a Contemat, por construir a Ciclovia Tim Maia. Espero que a empresa seja mais cuidadosa e a obra da Estação Leopoldina não tenha o mesmo desfecho trágico da ciclovia”, disse a parlamentar.

Reforma da Leopoldina

Em fevereiro, o Governo Federal assinou um acordo de cooperação técnica com a Prefeitura do Rio para fazer a revitalização do histórico imóvel da Estação da Leopoldina, na Avenida Francisco Bicalho. O anúncio fez parte do lançamento e apresentação do Programa de Democratização dos Imóveis da União.

O acordo prevê que a Prefeitura do Rio fica responsável pela reforma do imóvel. A cooperação técnica inclui ainda a área que compreende as linhas férreas da antiga estação de trem. Será um espaço de múltiplo uso, com ocupação habitacional e equipamentos sociais. Além disso, a região abrigará a Fábrica do Samba, destinada às escolas da Série Ouro.

Ciclovia Tim Maia

 

Já a Ciclovia Tim Maia foi projetada inicialmente para ter 9 km de extensão, conectando o Leblon à Barra da Tijuca. Em 2014, a obra foi orçada em R$ 35,8 milhões sob responsabilidade do Consórcio Contemat-Concrejato. Inaugurada em janeiro de 2016, teve seu primeiro desabamento em abril daquele ano, deixando dois mortos. Novos desabamentos foram registrados nos anos seguintes.

Empreiteira que fez ciclovia que desabou ganha licitação para a reforma da Leopoldina

Foto: Fernando Frazão

 

Em agosto de 2020, a Justiça fluminense condenou os réus do processo que julgava a queda da ciclovia. Já em março deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública pela demolição da estrutura. No pedido, o MPF cita os acidentes ocorridos e alega que eles aconteceram em razão da localização e de erros no projeto. Além disso, destaca que a construção está em área de preservação permanente em que intervenções não são permitidas.

Fonte: Tempo Real, 29/06/2024

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