Folha de S. Paulo – O sistema metroferroviário brasileiro avançou a passos lentos nos últimos anos, com crescimento residual no total de quilômetros nas linhas de trens e metrôs, mas projetos de expansão ou implantação de linhas podem contribuir para acelerar o tamanho da malha nos próximos anos.
Levantamento feito pela ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), que reúne as operadoras de trens e metrôs no país, mostra que há 18 obras em andamento ou previstas até 2028 em seis estados e no Distrito Federal.
Se concluídas, e no prazo previsto, serão acrescidos 113,3 quilômetros de trilhos em metrôs, trens urbanos, monotrilho e VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).
No ano passado, o país ganhou somente 4,1 quilômetros de trilhos em comparação à malha existente em 2023. Há 1.137,5 quilômetros em uso em 21 sistemas de transporte urbano de passageiros sobre trilhos no Brasil, operados por 16 empresas —nove concessionárias e sete empresas públicas.
A média de crescimento em dez anos, no período de 2015 a 2024, foi de 13,2 quilômetros/ano, mas com situações muito distintas quando analisados os dois quinquênios. Enquanto na primeira metade houve avanços mais significativos devido a fatores como os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, entre 2020 e 2024 a pandemia de Covid-19 travou todo o setor.
“Entre 2020 e 2024, houve forte desaceleração. Isso ocorreu, em grande parte, pela pandemia de Covid-19, que afetou severamente a economia, reduziu investimentos e limitou a execução de novas obras. Além disso, a desativação do sistema de Salvador [2021] representou uma perda significativa na extensão total da rede”, diz a ANPTrilhos.
O modal mais frequente é o trem urbano, com 536 quilômetros, seguido pelo metrô (310,8 quilômetros), VLT (275,4 quilômetros), monotrilho (14,5 quilômetros) e people mover (sistema de trem entre a estação da CPTM e os terminais do aeroporto de Guarulhos, com 0,8 quilômetro).
As obras estão previstas para o metrô de Belo Horizonte, VLT da Baixada Santista, monotrilho, trem urbano e metrô em São Paulo, VLT em Fortaleza, Grande Teresina, Natal e Salvador e metrô do Distrito Federal.
Dos 18 projetos, 10 estão no Sudeste, 7 no Nordeste e 1 no Centro-Oeste.
A paralisação dos sistemas de transporte em 2020 devido à pandemia causou uma redução sem precedentes no transporte de passageiros naquele ano.
De 3,26 bilhões de passageiros transportados em 2019 —recorde até então—, o total despencou para 1,74 bilhão em 2020, ou 46,6% menos. Desde então, o setor voltou a crescer nos anos seguintes, ainda abaixo, porém, do período pré-pandemia.
No ano passado, foram 2,57 bilhões de passageiros transportados, 3,6% acima dos 2,48 bilhões do ano anterior.